Matéria
veiculada nesta quinta-feira (8) pelo jornal Valor Econômico deixa claro que
Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, de Jair Bolsonaro (PSL), quer
privatizar o Banco do Brasil. Segundo o jornal, Guedes, deixou transparecer
ontem seu viés privatizante para o Banco do Brasil em entrevista concedida ao site
“Poder 360”, publicada na tarde de quarta-feira (7), mesmo depois de Bolsonaro
ter incluído o BB na lista de estatais que não devem ser privatizadas.
“A cada dia fica mais claro que Guedes vai usar
seus argumentos econômicos para convencer todo mundo do governo que seja
contrário às privatizações a aceitar a ideia de que é necessário vender todas
as empresas públicas, como ele já declarou diversas vezes. O Banco do Brasil já
virou mira”, avaliou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do
BB (CEBB), Wagner Nascimento. “Alertamos sobre esse fato desde o primeiro turno
da campanha eleitoral, mas muitas pessoas nos tachavam como alarmistas”, completou.
Na quarta-feira à tarde, o site "Poder
360" informou que uma das propostas de Guedes é a associação do BB com o
maior banco americano, o Bank of America.
A outro site, Guedes alegou que uma possível fusão
entre BB e BofA é “uma ideia para o futuro”, pois “não há nada na mesa”. Para
Wagner Nascimento, a proposta não estar na mesa não significa nada. “Ele já
deixou claro, em diversas ocasiões, seu interesse de privatizar não apenas o
BB, mas todas as empresas públicas. O que nos faz acreditar que o episódio
possa ser uma possível prospecção do interesse do BofA na aquisição do banco
brasileiro, ou um balão de ensaio para medir a reação da sociedade”, disse o
coordenador da CEBB.
O jornal Valor Econômico vaticinou que, mesmo que a
transação com o BofA não se concretize, o episódio deixa claro que o futuro
ministro quer ver o BB em mãos estrangeiras, para, entre outras coisas,
aumentar a competição no concentrado mercado bancário brasileiro.
“Se todo mundo ficar quieto, o caminho está aberto.
Privatização e fusão no ramo financeiro é onda de demissões e redução de
quadros na certa. Foi assim em todos os casos. Se os funcionários, que são
contrários à privatização, as pequenas e médias empresas, que dependem das
linhas de financiamento do banco, e os pequenos agricultores não se mobilizarem
para lutar contra a privatização, tenha certeza de que logo o maior banco
público do país não será mais público”, completou Wagner Nascimento,
conclamando os trabalhadores e toda a sociedade para se unirem na defesa do banco.