Em um
ano, BB fechou 2.073 postos de trabalho e 222 agências no país
O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,7 bilhões
nos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 22,8% em relação ao mesmo
período de 2017. Além disso, nesse ínterim, a rentabilidade do banco público
subiu de 12,3% para 13,4%.
O montante é resultado,
principalmente, da redução de despesas – como a de captação e provisão para
devedores duvidosos que caíram, respectivamente, 22,7% e 22,2% em relação aos
nove primeiros meses do ano passado – e do aumento de algumas receitas, entre elas
as operações de crédito, resultado de instrumentos financeiros e derivativos, e
de câmbio.
Segundo o relatório do Banco
do Brasil, “o resultado foi impactado pela redução das despesas de provisão de
crédito, pelo aumento das rendas de tarifas, que cresceram acima da inflação e
pelo controle de custos, que variaram abaixo da inflação”.
O crescimento, contudo, foi
acompanhado do fechamento de 2.073 postos de trabalho e de 222 agências
tradicionais entre setembro do ano passado e setembro deste ano. Neste mesmo
mês, o banco somava um total de 4.143 agências.
“O aumento do lucro do Banco
do Brasil mais uma vez acontece às custas do sucateamento da instituição, com o
fechamento de agências e postos de trabalho e a consequente precarização no
atendimento ao público, o que não é culpa dos funcionários. E também pelo
aumento das tarifas acima da inflação, uma exploração da sociedade brasileira e
dos bancários”, critica o dirigente sindical e funcionário do BB Diego Pereira.
As receitas de tarifas e
prestação de serviços apresentaram elevação de 5,3% no período e chegaram a R$
20,2 bilhões. Com isso, o BB cobre 122% do total das despesas de pessoal do
banco, incluindo PLR.
O Banco do Brasil também
reduziu em 11% suas despesas administrativas. As maiores quedas foram de 42%
nas despesas com amortização, 15% nos gastos com aluguéis e de 6% das despesas
com serviço de vigilância e segurança.
Na contramão, cresceram as
despesas com serviços de terceiros (5%) e as despesas com processamento de
dados (10%) nos nove primeiros meses deste ano.
A carteira de crédito do BB
apresentou aumento de 1,4% em relação a setembro de 2017. As linhas para Pessoa
Jurídica caíram 1,4%, principalmente em função da queda de 24,7% nos
empréstimos para micro e pequenas empresas. Já a carteira de Pessoa Física
apresentou elevação de 2,3%, com destaque para o crédito consignado,
imobiliário e cartão de crédito.
A taxa de inadimplência caiu
de 3,94% para 2,83% entre o terceiro trimestre de 2017 e o mesmo período deste
ano.