O Bradesco obteve, nos nove primeiros meses de 2018, lucro líquido
recorrente de R$ 15,734 bilhões, crescimento de 11,1% em relação ao mesmo
período de 2017. Mesmo apresentando resultados sempre melhores, o banco segue
cortando postos de trabalho. Em 12 meses (setembro de 2017 a setembro de 2018)
já são 2.529 empregos a menos. O lucro corresponde a uma rentabilidade de
18,7%, 0,6 ponto percentual acima do ano passado.
O aumento no lucro se deu,
principalmente, pela redução de despesas. Despesas de captação de recursos
tiveram queda de 34% e as com provisão para devedores duvidosos caíram 30% em
comparação aos nove primeiros meses de 2017. Além disso, houve também forte
incidência de créditos tributários no período.
“O Bradesco, diante dos
resultados alcançados, deveria contratar mais bancários para reduzir a enorme
sobrecarga de trabalho, principalmente nas agências, decorrente do quadro
insuficiente de funcionários. Todos os seguimentos de crédito cresceram, o
índice de inadimplência caiu significativamente, de 4,8% em setembro de 2017
para 3,6% em setembro de 2018; e as despesas com captação de recursos e com
provisão para devedores duvidosos tiveram quedas expressivas”.
Apenas com a receita de
prestação de serviços e tarifas bancárias, que tiveram alta de 4,4% e alcançaram
R$ 18,560 bilhões, o Bradesco cobre 131% do total das suas despesas com
pessoal, que tiveram queda de 13,6% em relação aos nove primeiros meses de
2017, representando outra fonte de elevação nos lucros do Bradesco.
A carteira de crédito do
Bradesco chegou a R$ 523,431 bilhões, com crescimento de 7,5% em relação a
setembro de 2017. A carteira de Pessoa Física apresentou elevação de 8,1% e
chegou a R$ 186,159 bilhões, com destaque para o crédito consignado, que
cresceu 14,2%, veículos, com aumento de 14,1%, e financiamento imobiliário, que
cresceu 11,2%.
Já carteira de Pessoa
Jurídica cresceu 7,2%, alcançando R$ 337,272 bilhões em setembro de 2018, sendo
que para o segmento de micro, pequenas e médias empresas a alta foi de 8,3% e
para grandes empresas foi de 6,7% no período.
A rede de agências chegou a
4.652 unidades, redução de 193 unidades em 12 meses, sendo 48 apenas no último
trimestre.
“O Bradesco deveria levar em
conta que a tecnologia, apesar de dinamizar a vida das pessoas, não está
acessível para todo o conjunto da população e nem todos desejam trocar o
atendimento presencial pelo digital. Quem deve escolher o canal de atendimento
é o cliente. Não deve ser imposto pelo banco com a redução do número de
agências físicas”.