FENABAN PROPÕE 0,5% DE AUMENTO REAL POR 2 ANOS E RETIRADA DE DIREITOS DA CCT
Na oitava rodada de
negociação da Campanha 2018, realizada nesta terça-feira 21 de agosto, em São
Paulo, a Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta
com 0,5% de aumento real por dois anos, mas não garante empregos e retira
direitos conquistados pela categoria em um século de lutas que estão
consolidadas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Comando rejeitou a
proposta na mesa e nova rodada de negociação será realizada nesta quinta-feira (23).
A nova proposta da Fenaban, apesar de avançar com o
aumento real, traz um percentual abaixo do que a categoria espera e menor do
que os banqueiros podem pagar. Além
disso, a nova proposição está carregada de retirada de direitos, como a
extinção do salário-substituição e da remuneração de comissionamento, além de
agravar as discriminações contras as mulheres.
Diante da recusa do Comando Nacional, ficou
acertada nova rodada de negociação na quinta-feira 23, a partir das 10h.
Além disso,
a Fenaban não apresentou garantias contra as contratações precárias da reforma
trabalhista (Lei 13.467/2017), como terceirizados, intermitentes, autônomos,
parciais e temporários. A proposta foi rejeitada na mesa pelo Comando Nacional
dos Bancários, e outra rodada de negociação foi marcada para quinta-feira 23.
As negociaçoes especificas da Caixa e do Banco do Brasil serão nesta
quarta-feira 22, pela manhã.
A proposta da Fenaban prejudica as mulheres, porque
prevê o não pagamento de PLR integral às bancárias que entram em licença
maternidade, assim como acaba com a PLR integral para trabalhadores e
trabalhadoras afastados por doença ou acidentados. “Trata-se de discriminação
às mulheres, que acabam penalizadas por serem mães.
Além disso, os bancos querem que a gratificação de função seja
descontada dos cálculos das horas extras, quando o trabalhador conquista as 7ª
e 8ª horas na Justiça.
Querem ainda excluir a
cláusula que determina salário de substituto, que garante ao empregado admitido
para a função de outro, salário igual
ao do empregado substituído.
A proposta prevê também a
retirada da cláusula que proibia a divulgação de ranking individual. E ainda
prevê a alteração de outras cláusulas como a do vale-transporte, aumentando a
parcela que o trabalhador vai pagar.
Negociação levou a tarde e a noite inteiras
Muitos bancários questionam
por que a negociação demorou tanto. Os bancos apresentaram a redação de 71
cláusulas, mais o acordo de PLR, com alteração em várias delas. Seja por conta
das regras do e-Social, ou supressões ou mudanças.
A Fenaban pediu um prazo para se reunir com os bancos e,
assim, a negociação continua na quinta-feira (23).
