A Fenaban não trouxe para a mesa de negociação desta sexta-feira 17 uma
proposta global para a pauta de reivindicações da categoria, que já está com a
federação dos bancos desde o dia 13 de junho. A negociação continuará na
terça-feira 21. Os bancos se comprometeram a mandar a proposta redigida na
segunda-feira 20, para que o Comando Nacional dos Bancários tenha tempo de
avaliar e trazer contrapropostas para a mesa de terça.
“Nossa expectativa de já sair hoje com uma
proposta completa foi frustrada. Mas continuamos em negociação e na próxima
rodada ou sairemos com uma proposta completa e decente ou chegaremos em um
impasse. Cabe à Fenaban não levar a categoria à greve”.
“Os bancários e bancárias em
todo o Brasil já deixaram claro, portanto, que querem aumento real, a
manutenção da CCT e que não querem ser substituídos por terceirizados ou por
empregados contratados de forma precária. Portanto, na terça-feira, queremos
proposta que garanta valorização e respeito aos nossos direitos, construídos ao
longo de décadas de muita negociação e mobilização da categoria”.
Mesa
do BB continuará junto com a negociação da Fenaban na terça
Mesa específica da Caixa:
mobilização traz avanços ainda insuficientes
Os representantes dos
trabalhadores mais uma vez reforçaram que os bancos podem atender as
reivindicações da categoria.
Em 2017, os cinco maiores
bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa), que empregam
em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5%
em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$
20,3 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017.
E os balanços do semestre já
divulgados pelo Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa apontam que o ritmo de
crescimento se manterá. De janeiro a junho, a soma dos lucros dos quatro já
alcançou R$ 35,2 bilhões, um crescimento de 12% em relação ao primeiro semestre
de 2017.
Levantamento feito pela
consultoria Economatica mostra que, enquanto os demais setores da economia
perdem com a crise, os bancos seguem lucrando. Dos 26 setores avaliados, seis
tiveram prejuízo. E o mais lucrativo foi o bancário, que fechou o segundo
trimestre de 2018 com R$ 17,6 bilhões contra R$ 15,2 bilhões em 2017,
crescimento de 15,57% ou R$ 2,37 bilhões. O levantamento é apenas entre
empresas com ações na bolsa, portanto, não foi levado em conta o lucro da
Caixa.