A Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta que apenas cobre a inflação nos
salários, PLR, vales e demais verbas econômicas, sem aumento real, na sexta
reunião da mesa única de negociação, realizada nesta terça-feira (7), em São
Paulo. Também não garantiu que os bancários não serão substituídos por
trabalhadores contratados de forma precarizada, a exemplo da terceirização. Os
bancos querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da
categoria, segundo eles, para garantir segurança jurídica, mas sequer
apresentaram a redação das modificações. A próxima rodada de negociação ficou
agendada para o dia 17 de agosto (sexta-feira).
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, avaliou
a proposta e indica sua rejeição nas assembleias a serem realizadas nesta
quarta-feira (8) por sindicatos da categoria de todo o país, uma vez que a
mesma não traz aumento real nem garantia dos direitos conquistados e
estabelecidos na CCT, tampouco a manutenção dos empregos.
“A
categoria não aceitará uma proposta sem aumento real, manutenção dos direitos e
sem a garantia de que os bancários não serão substituídos por formas de
contratação precarizadas. É por isso que o Comando indica a rejeição da
proposta nas assembleias desta quarta-feira (8)”, explicou a presidenta da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT),
Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos
Bancários.
Os
cinco maiores bancos tiveram lucro de R$ 77,4 bilhões em 2017 e apenas com a
receita obtida com tarifas de serviços bancários conseguem cobrir todos os
gastos com o pessoal em 140%.
Proposta insuficiente e incompleta
A proposta da Fenaban é insuficiente e incompleta. “Não atende a reivindicação
de aumento real feito pela categoria e sequer está com todas as cláusulas
redigidas”.
Além
de não querer dar aumento real, os bancos já disseram que vão retirar a
cláusula da CCT que possibilita o abono ou compensação dos dias parados de
greve.
Um
avanço da negociação desta terça-feira é que a CCT é válida para todos,
inclusive para os trabalhadores hipersuficientes, que possuem escolaridade de
nível superior e ganham acima de dois tetos do INSS.
“É
importante que todos participem das assembleias em seus sindicatos para mostrar
a unidade e a força da categoria e da mobilização dos dias 10 de agosto,
acompanhem as negociações do dia 17 e estejam mobilizados para lutar pela
manutenção dos seus direitos e reivindicações da categoria”.
Defesa dos
bancos públicos
No dia 15 de agosto
será realizado um Dia Nacional de Luta em defesa dos bancos públicos e contra a
resolução 23 da CGPAR, em Brasília, em frente ao Ministério da Fazenda e
repercutido nos estados que não puderem participar do ato em Brasília.