Todos os direitos da categoria, desde a jornada de seis horas até o VR,
VA e PLR, são conquistas da luta organizada dos trabalhadores
Vale-refeição, vale-alimentação,
PLR, 13ª Cesta Alimentação, licença-maternidade e paternidade ampliadas,
auxílio creche, abono-assiduidade, jornada de seis horas, etc. Ao contrário da
percepção equivocada de parte da sociedade, e por vezes de uma parcela
significativa dos próprios bancários, esse conjunto de direitos não são “ótimos
benefícios oferecidos pelos bancos”, e sim conquistas da luta organizada dos
trabalhadores do setor, ao lado das suas entidades representativas como, por
exemplo, o Sindicato.
Essa percepção equivocada de que os bancos “oferecem” ótimos benefícios
aos seus funcionários é evidenciada em sites como o I Love Mondays,
que permitem que trabalhadores avaliem anonimamente as condições de trabalho,
carreira e remuneração das empresas em que atuam.
“Benefícios muito atrativos, PLR,
tickets, vale cultura, auxílio aos estudos, plano de saúde e odontológico de
ótima qualidade. Pagamentos em dia”, bancário do Itaú.
“Valor do vale refeição é compatível aos restaurantes da região além de
ter restaurantes no prédio que também aceitam VR”, bancário do Santander.
“Ótimos benefícios e muita pressão”, bancário do Bradesco.
“O vale refeição/alimentação era excelente, tanto que era possível
dividí-lo em dois cartões (alimentação e refeição)”, bancário do Banco do
Brasil.
“Bons benefícios. Vale-refeição, transporte, bolsas, plr,
vale-alimentação e salário maternidade”, bancário da Caixa.
Essa percepção equivocada
sobre os direitos conquistados pela categoria bancária é estimulada pelas
próprias instituições financeiras.
“Vemos que todos os direitos
citados como “benefícios” por bancários no site I Love
Mondays são conquistas históricas da categoria, previstos na
nossa Convenção Coletiva de Trabalho, nacional e válida para todos os bancos, e
reajustados a cada Campanha Nacional Unificada dos Bancários. Uma prova óbvia
de que não são benefícios oferecidos pelos bancos é o fato de que esses
direitos são os mesmos em todas as instituições financeiras. Os banqueiros não
deram nada por boa vontade. Teve muita luta envolvida e muita resistência por
parte dos bancos para que chegássemos nesse conjunto de direitos que temos
hoje. Isso as instituições financeiras não contam quando fazem propaganda de
que estão entre as melhores empresas para trabalhar. Na verdade, são os
bancários que são parte de uma das mais organizadas e combativas categorias para
lutar”.
“Um exemplo claro é uma matéria da Exame e reproduzida por outros veículos sobre
o site I Love Mondays, que cita o VR e o VA
como benefícios concedidos pelo Itaú e Santander, divulgando ainda o índice de
´satisfação com benefícios´ dos trabalhadores destes dois bancos. Em nenhum
momento, na matéria, o jornalista pontua que o que chama de benefício é
previsto em Convenção Coletiva de Trabalho, fruto das nossas lutas, das nossas
greves. Ao omitir essa informação, a matéria, assim como tantas outras,
perpetua essa visão equivocada de que os bancos oferecem bons benefícios por
livre e espontânea vontade”.
Os bancários foram a primeira
categoria a ter garantido em acordo o direito à Participação nos Lucros e
Resultados (PLR), a promoção da igualdade de oportunidades, a
licença-maternidade de 180 dias, paternidade de 20 dias, um instrumento de
combate ao assédio moral e centros de realocação e requalificação profissional,
nos bancos, com o objetivo de evitar demissões. Entre 2004 e 2017, a
mobilização dos bancários ao lado do Sindicato conquistou aumentos
salariais acima da inflação, garantindo ganho real de 20,26%. No piso, esse
aumento foi ainda maior, 41,6%. Assim como nos vales-refeição, 35,4% e
alimentação 36,9%.
A Convenção Coletiva de
Trabalho (CCT) conta hoje com mais de 70 cláusulas que garantem aos
funcionários de bancos públicos e privados vales alimentação, refeição, 13ª
cesta, auxílio-creche/babá, PLR, complementação salarial aos afastados por
doença, auxílio para requalificação profissional, entre outros direitos.
“Com a reforma trabalhista,
que acabou com a ultratividade, que garantia a validade de um acordo até a
assinatura de um novo, todo o nosso conjunto de conquistas está ameaçado. Apresentamos
aos bancos a proposta de um pré-acordo para assegurar todos os direitos
previstos na nossa Convenção até que se encerrem as negociações com a
assinatura de uma nova. Nossas grandes preocupações são garantir todos os
nossos direitos na CCT, com validade para todos os bancários, independentemente
da remuneração; defender os empregos; a defesa dos bancos públicos e seus
trabalhadores; e aumento real para salários e demais verbas”.
“Mais uma vez os bancários vão mostrar a força
da nossa unidade e mobilização. Precisamos de todos juntos. Todos por direitos”.