“A gente ainda não deu conta do formato, mas é
preciso que os bancários saibam que mesmo uma campanha salarial vitoriosa que
mantenha direitos não será suficiente se o voto nas eleições de outubro for em
candidatos que aprovem leis contra os trabalhadores”.
“Nosso desafio é dialogar com os trabalhadores para que eles compreendam que a
nossa forma de interferir diretamente é através da escolha de candidatos para o
executivo (governo estadual e presidência) e legislativo (deputados federais,
estaduais e senadores). São os parlamentares que interferem diretamente na vida
de cada cidadão. No preço da gasolina, no preço do feijão. Essas leis
interferem nas nossas vidas e quem decide são os representantes que estão lá”.
A tarefa árdua de se fazer entender sobre a conscientização do voto referente a
nomes de candidatos e partidos políticos significa os trabalhadores bancários
saberem que os banqueiros têm a representação deles no Congresso Nacional,
assim como os latifundiários, os proprietários de grandes faixas de terra no
país, os donos de indústrias. E os trabalhadores não têm essa representação.
“Na votação da Reforma Trabalhista, das 800 emendas apresentadas pelos
deputados, cerca de 300 saíram da Fenaban. Quem levou essa vontade dos banqueiros?
Essa interferência? Os representantes dos banqueiros nos parlamentos, deputados
federais e senadores que fizeram a defesa dessas emendas”.
“O desafio é convencer que a gente precisa eleger candidatos que vão
representar os trabalhadores, atuar pela manutenção de direitos e inclusive com
a possibilidade de revogar a lei que destruiu a CLT”. “Não é simplesmente ter
Sindicato forte que resolve o problema, nós temos que ter representante forte
no Congresso. Por isso, a condução da campanha salarial será um pouco diferente
neste ano”.