Em 2016 a FUNCEF aprovisionou, somados os planos,
R$ 2,4 bilhões para o contencioso judicial rubrica perda provável (na prática, perda com
certeza). Desse total, R$ 2,2 bilhões se referem a demandas de trabalhadores contra a
Caixa, com reflexos no benefício de previdência e sem que se determine o aporte
da contribuição necessária à formação da reserva. Menos certa, mas com chance
de condenação em 50% dos casos, há a conta da perda possível, apenas citada no balanço, sem aprovisionamento.
Em 2015, a perda possível era de R$ 7,631 bilhões. Em 2016, R$ 12,7 bilhões! Se
a condenação em 50% do total se confirmar, os participantes terão na conta do
déficit mais R$ 6,3 bilhões. O aporte das reservas é imprescindível, mas a
Caixa finge que não é com ela.
>> Conjuntura ruim e valorização
inferior à taxa mínima desejada
A conjuntura econômica não contribui com os planos de previdência complementar. Tal análise é válida desde 2011, embora até 2014 e não mais depois - a máxima era a de promover a criminalização de gestores, tivessem eles cometido crimes ou não. Fundos de pensão e a FUNCEF não é exceção - investem em empresas, mercado de ações, imóveis, shopping centers e hotéis. Em quase todos esses segmentos e atividades se constatam resultados insuficientes. É o Brasil de milhões de desempregados e da depressão, vítima da política econômica que inibe o investimento público, privado e reserva ao país o vindouro século dezenove.
>> Ativos de investimentos
O segmento Renda Fixa, predominantemente títulos do
Tesouro Nacional, concentra 60% dos ativos de investimentos nos planos da
FUNCEF. Em 2016, somou R$ 34,1 bilhões, 15,2% mais que os R$ 29,6 bilhões de
2016. Renda Variável é a segunda maior carteira, com R$ 11,5 bilhões em 2016.
Na Renda Variável, R$ 4 bilhões quase um terço - correspondem à participação na Companhia Vale. A variação do montante anual, em
2014 R$ 54,3 bilhões e em 2016, R$ 56,1 bilhões, é residual (3,4%).