Itaú, Bradesco e Santander mantêm política perversa que
alia resultados excelentes com extinção de vagas. Juntos, chegaram a R$ 13,1 bi
no trimestre, mas os dois primeiros cortaram quase 5 mil postos de trabalho em
12 meses; o Bradesco, descontando a incorporação dos funcionários do HSBC,
eliminou 3.278 empregos desde setembro de 2016.
O lucro líquido recorrente do Itaú no primeiro
trimestre foi de R$ 6,176 bilhões, crescimento de 19,6% em relação ao mesmo
período de 2016. Ainda assim, o banco cortou 1.652 empregos em doze meses (eram
82.871 funcionários em março de 2016 e 81.219 em março deste ano). “Mesmo com a
economia em crise, o Itaú apresenta lucros altíssimos e sempre crescentes.
Deveria exercer sua responsabilidade social ao invés de demitir centenas de
trabalhadores”, destacando que só com o que arrecada de tarifas cobradas dos
clientes, o banco cobre 162,9% da sua folha de pagamento. Criticamos ainda a
redução de 7,9% da carteira de crédito em doze meses. “A oferta de crédito é
fundamental para a recuperação da economia”.
O Bradesco começou 2017 com o lucro lá em cima: R$
4,648 bi nos três primeiros meses, o que corresponde a crescimento de 13% em
doze meses e 6% na comparação com o trimestre anterior. Mas não devolveu esse
resultado criando empregos no país. Como o banco incorporou o HSBC, encerrou
março deste ano com 106.644 funcionários, aumento de 15.249 postos de trabalho
se comparado a março de 2016. Mas, se analisado o período logo após a
incorporação, houve redução de 3.278 postos de trabalho desde setembro do ano
passado. “A incorporação do HSBC acaba mascarando o elevado número de demissões
no banco. Porém, o Sindicato está atento e promove uma jornada de luta contra
os cortes. As demissões não afetam só os bancários que saem, mas também os que
permanecem, que ficam cada vez mais sobrecarregados, e os clientes, que têm o
atendimento precarizado”.
O lucro líquido gerencial do Santander no primeiro
trimestre do ano foi de R$ 2,280 bi, atingindo o maior patamar histórico, com
crescimento de 37,3% em doze meses e 14,7% no trimestre. Com isso a unidade
brasileira passa a ser de longe a mais lucrativa do grupo espanhol,
contribuindo com 26% de seu lucro global. O Reino Unido vem em seguida com 17%
e a Espanha com 16%. Mas o resultado positivo não vem acompanhado de
responsabilidade social. “O Santander continua cortando empregos no Brasil,
mantém política de tarifas e juros elevados, e reduz o crédito para pequenas,
médias [-4,6% em um ano] e grandes empresas [-1.1% ]”. O banco extinguiu 3.245
empregos em doze meses. Sendo que apenas com o que arrecada de tarifas e
serviços cobre 123% das despesas com pessoal. Reforçamos que no atual momento
de crise no país, o Santander deveria dar o retorno social para a comunidade em
que está inserido. “Não é correto que só o banco ganhe. É perversa essa
equação.