Após reunião em Brasília das
centrais sindicais com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido na
Casa, na tarde desta quarta-feira 3, foi dito que será o fim daqueles que
propuseram as mudanças contra a vontade da opinião pública. Já deixaram claro
que não voltam em 2018 para ser parlamentares".
"É um recado aos
senadores que essa reforma como está colocada não pode passar, não tem apoio
popular e seria um suicídio dos senadores entrarem na barca furada que a Câmara
propôs" acrescentou. Segundo ele, Renan declarou não concordar com a proposta
aprovada na Câmara. “Ele não acha que deva passar no Senado e disse que vai
fazer a discussão ouvindo todos os setores interessados nisso. Afirmou que é
importantíssimo demais e apenas nos governos totalitários e antidemocráticos é
que ousaram propor medidas que retirassem direitos dos trabalhadores como
retiram agora. A nossa pressão é para que no Senado a coisa transcorra
diferente do que na Câmara”.
Alertamos para o fato de que,
independentemente do diálogo com os senadores, a mobilização dos trabalhadores
terá maior peso e será decisiva na condução do PLC 38, a reforma trabalhista,
no Senado. Há possibilidade de se construir uma outra greve geral. “Não está
definido, mas está na ordem do dia.”
Foi proposto que a discussão
sobre o tema seja feita depois das próximas eleições. “Por que fazer de
afogadilho? A quem interessa fazer a votação na Câmara sem passar por nenhuma
comissão? A quem interessa fazer a votação no Senado sem passar por nenhuma
comissão, como (o senador) Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) quis fazer?"
Na terça-feira 2, o senador
tucano presidiu a sessão do Senado que iniciou o
debate da reforma trabalhista. Ele substituiu o presidente da casa,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), afastado por questões de saúde.
Dirigindo-se a Renan
Calheiros na reunião de hoje em Brasília, pediu disposição ao diálogo por parte
dos senadores, “pessoas com mais experiência do que nós”. De acordo com ele, a
votação da Câmara dos Deputados pareceu uma “vingança”. “Tem um mal-estar na
população com a política brasileira quase generalizada e a Câmara me parece que
tentou fazer uma vingança com o povo. Se (a tramitação da reforma trabalhista
no Senado) for no ritmo da Câmara, 10 dias depois acabou a brincadeira aqui de
novo. O Senado não pode permitir isso”.
Em consulta
pública feita, 95% contestam reforma trabalhista