Para 62%, ‘honestidade’ é atributo principal
Acusados de receber propina são rejeitados
78% não querem votar em quem foi delatado
A onda antipolítica que tomou conta do Brasil nos
últimos anos aparece em números na última pesquisa do DataPoder360 realizada nesta semana: 65% dos
brasileiros dizem que votariam com certeza ou poderiam votar em quem “nunca foi
político” na disputa para presidente em 2018.
Este é o primeiro levantamento sobre a conjuntura política com abrangência nacional após a divulgação, na semana passada, dos vídeos de delações premiadas relacionadas à Odebrecht.
O estudo foi realizado nos dias 16 e 17 de abril.
Foram entrevistados 2.058 brasileiros e brasileiras com 16 anos de idade ou
mais, em 217 municípios. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais
ou para menos.
Além de fazer a sondagem sobre a sucessão presidencial de 2018, o DataPoder360 indagou também aos entrevistados sobre
o que vai influir no voto do ano que vem.
Apesar de faltar muito tempo para a disputa (em 7
outubro de 2018), já há 1 interesse além do usual a respeito de quem poderá
comandar o país depois de Michel Temer. A pesquisa indica que 42% dos
brasileiros já têm “muito interesse” pelas eleições e 27%, “pouco interesse”.
Para 62% dos eleitores, a principal qualidade para
um candidato a presidente é a “honestidade”. O resultado supera a soma de todas
as outras respostas. Apenas 4% acham que ter experiência é mais importante. O
2º predicado mais relevante, segundo a pesquisa DataPoder360 é o “compromisso” do político com as
suas propostas e com o país.
A operação Lava Jato, em curso há mais de 3 anos,
está presente na vida cotidiana dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 87% dos
entrevistados responderam que tomaram conhecimento das delações premiadas
relacionadas à empreiteira Odebrecht.
Embora o processo judicial possa demorar meses ou
anos para muitos dos políticos citados, os brasileiros parecem (pelo menos
neste momento) já ter feito 1 juízo de valor a respeito do episódio.
Para 78% dos entrevistados, quem foi acusado de
receber propina já não merece mais o voto nas eleições de 2018 para governador
ou presidente. Ou seja, o impacto das delações da Odebrecht praticamente
inviabiliza quase uma geração inteira de políticos –se as eleições fossem hoje.