Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal,
com os nomes de alvos de inquéritos a partir da delação de executivos e
ex-executivos da Odebrecht.
De modo geral, não houve grandes surpresas em
matéria de nomes. A maioria deles já era cogitada por causa da intrincada
relação entre setor privado, polÃticos, governo e estatais.
A novidade foi o número de ministros do Executivo
envolvidos – oito. O próprio Planalto se surpreendeu. Também foi uma supresa o
baixo número de deputados: apenas 49 Proporcionalmente, muito inferior ao
de senadores (29, ou 39% do total da Casa).
A amplitude da lista não espanta, dado o caráter
transversal do uso do caixa dois. Praticamente todos os polÃticos, de uma
maneira ou de outra, se utilizaram desse artifÃcio com as mais diversas
motivações.
Como disse Marcelo Odebrecht, 3/4 das campanhas
foram financiadas pelo Caixa 2. Uma espécie de anabolizante eleitoral. Os
vÃdeos de Marcelo revelam, em detalhes, como funcionava o capitalismo
tupiniquim onde empresas funcionavam como banco dos governantes de plantão para
financiar privilégios e campanhas.
O fator tempo corre a favor dos contaminados. O
julgamento dos envolvidos deve demorar um bom tempo e pode atravessar as
presidências de Carmem Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Roberto Barroso no STF. No
entanto, o que ninguém está considerando é que o cenário – de ora em diante –
vai ser abalado com diligências e operações da PolÃcia Federal no trabalho de
investigação.
Imaginem a pressão sobre o STF para que ele
autorize uma operação de busca e apreensão em casas de autoridades. Maior será
o constrangimento de um ministro ou do presidente do Congresso obrigado a se
sujeitar a tais operações.