Representantes dos trabalhadores cobraram em negociação que banco
público leve em consideração o lucro líquido recorrente no cálculo da
Participação nos Lucros e Resultados, o que geraria valores maiores aos empregados
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) cobrou explicações da direção
da Caixa sobre os valores pagos aos trabalhadores na segunda parcela da
Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A reivindicação foi feita em
negociação realizada na sexta 7.
Os dirigentes sindicais cobraram um novo cálculo, tendo como base o
lucro líquido recorrente de 2016 (R$ 4.967), uma vez que a empresa fez a
distribuição aos trabalhadores pelo lucro líquido contábil (R$ 4,1 bilhões). A
mudança provocaria a elevação em cerca de 20% no total pago - veja
alguns exemplos no quadro.
“Deixamos claro que os trabalhadores não podem ser prejudicados pela
forma como o banco vem sendo conduzido, e que mereciam ser valorizados. Afinal,
quem fez projeção de lucro de R$ 6,7 bilhões para 2016 foi o banco, criando uma
grande expectativa de que o montante seria bem maior”, afirma o diretor do
Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados, Dionísio Reis.
O representante do banco ficou de analisar a reivindicação e dar um
retorno.
RH 184 – Na negociação foram abordadas
também questões relativas ao normativo RH 184, Processo Seletivo Interno (PSI),
boatos de fechamento de cerca de 120 unidades e a convocação para o trabalho
aos sábados para o pagamento das contas inativas do Fundo de Garantia.
Sobre a RH 184, os integrantes da CEE cobraram a nova redação, já com os
pontos acordados para proteger os empregados de descomissionamentos
injustificados. A resposta foi de que o documento será disponibilizado na
rede no dia 25 abril, mas o banco adiantou já estar em vigor a determinação de
a pessoa não perder a função enquanto o caso estiver em análise.
Fechamento de agências – Os sindicalistas também cobraram
esclarecimento sobre as declarações de Gilberto Occhi, presidente da Caixa, de
que cerca de 120 agências poderiam ser fechadas ou diminuídas as
estruturas. Os interlocutores pela Caixa afirmaram que não há nada de
concreto nesse sentido.
“É inadmissível que o presidente do banco dê declarações dessas. O
impacto que causa nos empregados é devastador. As pessoas ficam sem saber se
terão um local para trabalhar, se perderão função. Um clima terrível”, critica
Dionísio. “Além disso, nada justifica fechar agência de um banco que tem como
papel essencial colocar em prática políticas públicas e auxiliar no
desenvolvimento do país.”
No debate os dirigentes voltaram a cobrar mais empregados para melhorar
o atendimento e as condições de trabalho em todas as unidades e departamentos.
A essa questão, no entanto, a resposta foi a de que não haverá novas
contratações.
PSI – Outra cobrança da CEE foi a reabertura do Processo Seletivo
Interno (PSI), suspenso desde 9 de março para auxiliares, assistentes e
supervisores. A postura da instituição foi de que as unidades passam por
redimensionamento e que o PSI poderia ocorrer em situações pontuais.
Trabalho aos sábados – A CEE voltou a protestar
contra a determinação unilateral do banco de abrir agências em alguns sábados.
E ainda apontou o risco de colocar empregados no autoatendimento em agências
que não funcionarão nesse dia.
“Relatamos casos de bancários que foram agredidos por populares em 11 de
março, quando o banco tomou a decisão de os isolar no autoatendimento. O
trabalhador fica completamente desprotegido e cobramos que o banco cancele essa
convocação”, diz o coordenador da CEE. O banco ficou de analisar a
reivindicação.
Rumo à greve geral – A CEE orienta os bancários da
Caixa em todo o país a participarem da greve geral de 28 de abril em defesa dos
bancos públicos e contra as reformas trabalhista e da Previdência de Michel
Temer.
Antes,
em 20 de abril, será Dia Nacional de Luta em Defesa dos Bancos Públicos.