O que você acredita ser o
mais importante para o trabalho de um bancário para a instituição? Se você
respondeu “os resultados”, vai se surpreender com o motivo que levou o Itaú a
demitir um funcionário na semana passada. Mesmo com resultados acima da média,
o trabalhador foi demitido por ser homossexual e ter postado fotos com o noivo
nas redes sociais.
O caso aconteceu no Núcleo de
Relacionamentos de Gerentes, no ITM. Com um ano e seis meses de banco, o então
gerente de relacionamento Uniclass/PF diz ter recebido 10 prêmios por
cumprimento de metas, sempre com resultados bem acima da média. Com o destaque,
vieram também as primeiras reações discriminatórias.
“Me repreendiam dizendo que
eu me ‘soltava demais’ quando ganhava um prêmio, e que esta postura não é
adequada. Também diziam que minhas roupas não eram as ideais para o trabalho,
que meus ternos não estavam dentro dos padrões”, relembra o trabalhador.
A discriminação homofóbica
chegou ao limite na última semana, quando ele voltou de férias, período em que
ficou noivo e postou vídeos e fotos sobre o tema nas redes sociais. O
trabalhador conta que foi chamado pelo gestor da área e informado que a
demissão se devia a sua postura, que não era adequada.
“Eu me senti profundamente
indignado, um banco desse tamanho ainda usa homofobia como critério de
demissão, e não os resultados dos trabalhadores”, critica. Sem clima para voltar
para o Itaú, ele não quer ser readmitido. “É preciso que eles paguem para que
nenhum outro trabalhador LGBT tenha de passar por isso novamente.”