Nesta quarta, o Copom (Comitê de PolÃtica
Monetária) cortou a taxa básica da economia de 13,75% para 13% ao ano.
Eles também devem aproveitar para iniciar um corte
mais agressivo nas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, em uma
antecipação às mudanças nas regras do produto, que iniciará no final de março.
No final de dezembro, o governo anunciou que nenhum
cliente poderá ficar mais de 30 dias no rotativo. Se ele não puder pagar a
fatura integral, a dÃvida será parcelada. Com isso, a tendência é que os juros
cobrados no rotativo se aproximem do custo da linha de parcelamento.
Hoje, a taxa do rotativo se aproxima dos 480% ao ano,
enquanto o parcelamento da fatura custa ao consumidor 150% ao ano.
No Banco do Brasil, o juro do rotativo do cartão de
crédito deve encolher em 4 pontos percentuais. Isso significa que a taxa média
de 15,18% cairá para 11% ao ano. Ou 250% ano ano. No Bradesco, o custo cairá de
17% para 11%.
O BB afirma que em cinco linhas o corte será maior
que a redução da Selic, sem especificar quais. Em três linhas voltadas para
pessoas jurÃdicas, a redução foi, em média, de 0,25 ponto percentual ao mês:
desconto de cheques, antecipação de crédito ao lojista e desconto de tÃtulos.
"Esse primeiro passo do sistema financeiro é
uma contribuição fundamental para o atual momento do paÃs, visto que o crédito
tem um efeito multiplicador importante para retomada da economia", disse
Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil.
No Bradesco, o custo será menor para crédito
pessoal, cheque especial e compra de veÃculos.
No empréstimo pessoal, a redução do juro máximo
cobrado do consumidor de 7,78% para 7,72% ao mês, enquanto a taxa para compra
do carro recuará da máxima de 3,66% para até 2,99% ao mês. Também haverá
redução nos custos do crédito para empresas.
Nos dois bancos, as novas taxas entram em vigor na
segunda-feira (16).
O presidente do Santander, Sérgio Rial, afirmou que
o banco "deve assumir, juntamente com outras instituições financeiras, um
papel protagonista na recuperação da atividade econômica.
Para isso, é necessário reposicionar as taxas de juros frente à nova realidade
inflacionária, que seguramente permitirá que o Banco Central conduza o Brasil
rumo a juros de um dÃgito". O banco não informou quais linhas podem ter
custo menor e nem qual deve ser a magnitude do corte nas taxas cobradas dos
clientes.
Na contramão, a Caixa afirmou que possui
"taxas bastante competitivas em todas as suas linhas de crédito" e
que outros fatores, além da Selic, são considerados na hora de definir o preço
dos juros. "Diante da redução da taxa Selic anunciada hoje pelo Copom, a
Caixa irá monitorar as carteiras para possÃveis ajustes de preço".
A principal receita de um banco é gerada a partir
do spread, que é a diferença entre o quanto o banco paga ao correntista pelo
dinheiro investido e quanto cobra em um empréstimo. Se o juro cai, o banco
desembolsará menos para remunerar investimentos e por isso pode cobrar menos do
consumidor também.
PRESSÃO
Em reunião com banqueiros, em dezembro do ano
passado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cobrou publicamente o repasse
da queda dos juros aos consumidores.
"Diante de um grande grupo de
banqueiros", destacou o ministro em sua fala, "houve queda no
endividamento, mas o comprometimento da renda das famÃlias com o serviço da
dÃvida praticamente não mudou. A maior explicação para isso é que a queda da
Selic foi contrabalançada pelo aumento do spread".