O Bradesco pode fechar agências e também vai
apostar na reestruturação voltada para bancos virtuais e atendimento por
celular, como anteriormente decidiram o Itaú e, nesta semana, a direção do
Banco do Brasil, com reestruturações que estão impactando duramente os
funcionários.
Segundo a matéria do jornal Folha de São Paulo
publicada em (24/11), em reunião com investidores, o presidente do banco Luís
Carlos Trabuco afirmou que há uma “certa sobreposição” depois da aquisição do
HSBC e superdimensionamento, para atual conjuntura econômica, que o banco pode
fechar agências e transferi-las para postos de atendimento.
A matéria também destaca que até então o banco
vinha descartando a possibilidade de fechar agências após a fusão do HSBC, que
se concretizou em julho.
Hoje, segundo a matéria, 77% das transações do
banco já são feitas por aplicativo no celular ou internet banking e que o
Bradesco considera a preservação de agências físicas para a contratação de
serviços mais complexos, como por exemplo, o crédito imobiliário.
Trabuco também afirmou que descarta voltar a operar
a rede do Banco Postal. Em dezembro, vence o contrato do Banco do Brasil como
correspondente bancário que opera nos postos dos Correios. O Bradesco foi o
primeiro parceiro dos Correios no serviço, mas depois de 10 anos de convênio,
preferiu montar rede de atendimento nos municípios mais rentáveis.
Segundo Gheorge Vitti, coordenador da COE- Comissão
de Organização dos Empregados, comprova a falta de compromisso social do
banco: “Quando o Bradesco tinha o banco Postal, fez o discurso da
bancarização, que queria levar o banco onde a sociedade era desprovida.
Discurso social falso, uma vez que, se revela nessa entrevista apenas o
discurso comercial da sobreposição das agências e o desinteresse pelo Banco
Postal”, afirma.
Os funcionários já mostravam sua preocupação
ao escolher o emprego como mote de seu Dia Nacional de Luta, que aconteceu na
semana passada: “Queremos que o banco dialogue com seus funcionários sobre
todas estas transformações. O trabalhador não é mercadoria. O Bradesco deve
demonstrar sua responsabilidade social, não só na propaganda, mas através da
manutenção do emprego e de permitir o acesso ao Sistema Financeiro para a
sociedade”, destaca Vitti.