A reunião de negociação entre a
Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco e o banco, realizada
nesta quinta-feira (10), terminou com avanços. O banco informou que voltará a
cobrar no plano de saúde dos aposentados os valores anteriormente praticados
pelo HSBC. Referente a previdência, os beneficiários poderão optar por sacar o
valor; manter congelado da forma que está, sem contribuir; manter o plano e
continuar contribuindo individualmente; iniciar a concessão da
complementariedade, caso os critérios estejam preenchidos ou aportar os valores
para uma conta individual e voluntária, além da adesão a qualquer tempo da
previdência dos funcionários do Bradesco 5x4.
Em relação ao auxílio educação, o
Bradesco voltou atrás na decisão de interromper o benefício em dezembro, e vai
continuar com o subsídio até o final do curso de quem já está matriculado.
Outra questão que atende a minuta de reivindicações é implementação de um
sistema que permita o bancário a transacionar valores entre o VR e VA e vice versa.
Outra conquista importante é a
ampliação do crédito consignado, nos moldes do HSBC – com juros abaixo dos
praticados anteriormente –, para todos os funcionários do banco. As mudanças
nos planos medico e ortodôntico dos funcionários do HSBC permanecem, mas os
casos que tiverem em tratamento, o banco vai resolver caso a caso.
Gheorge Vitti, coordenador do COE
Bradesco, avaliou a reunião como positiva, pois ficou claro os avanços no novo
ciclo de debates. “Além de sermos ouvidos, houve avanços, ressaltando o papel
da COE e o amadurecimento na mesa por parte do RH e, concomitante, da diretoria
do banco. Não atenderam tudo, porém, acreditamos que a menos distância hoje nos
diálogos, aproximando os interesses dos trabalhadores e do banco. Isso pode nos
levar a outras conquistas para os trabalhadores do Bradesco.”
Outro assunto debatido foi o caos
motivado pela transição das agências do HSBC para o Bradesco. “Em relação às
agências madrinhas, que emprestam funcionários do Bradesco para as agências
incorporadas, o banco se comprometeu a olhar os casos e prorrogar as situações
onde necessite. O movimento sindical também poderá indicar agências em que veja
a necessidade da prorrogação”, explicou Vitti.
Sérgio Siqueira, diretor da
Contraf-CUT, critica o fato de os funcionários, que ainda não estão
familiarizados com o sistema dos Bradesco, terem de cumprir metas. “Sabemos que
o momento é atípico, mas o problema existe e tem de ser resolvido com urgência.
Não podemos continuar com gerentes chorando, funcionários ameaçados por
clientes e vários funcionários pedindo a conta, pelo excesso de trabalho. O
caos tem que acabar”. O Bradesco informou que irá ponderar todos os casos.