Você tem metas absurdas de vendas para bater e
assim manter um bom desempenho e aumentar suas chances de permanecer no
emprego. Entretanto, quando o cliente cancela um produto vendido por você,
antes de quatro meses do início do contrato, você é advertido pelo banco,
aumentando o risco de ser demitido. Essa é a dura rotina do bancário do Itaú,
sempre na corda bamba entre metas e cancelamentos.
“O Itaú cobra metas absurdas para aumentar ao
máximo seus lucros. E, quando o cliente fica insatisfeito com um produto
adquirido, que o bancário foi obrigado a empurrar para manter seu emprego, o
culpado é o funcionário. Isso é um absurdo! Parece que a direção do banco quer
que o trabalhador hipnotize o cliente para que não perceba a ausência de
necessidade do serviço. Inclusive, muitos clientes adquirem produtos até mesmo
para ajudar o bancário a bater a meta. Entretanto, até quando uma pessoa
insatisfeita, que paga taxas altíssimas, vai manter o vínculo com algo
desnecessário?”.
Enquanto massacra os bancários para que empurrem produtos, o Itaú tenta vender
a imagem de uma empresa responsável, que coloca a necessidade do cliente em
primeiro lugar.
“No Portal Pessoas, o diretor de Varejo, Marco
Bonomi, diz que a venda só é boa para o Itaú se for boa para o cliente.
Entretanto, o bancário, que conhece a pressão absurda por vendas com que
convive diariamente, sabe muito bem que não é assim que a banda toca no banco.
Acredito que ele não compraria todos os serviços que o bancário tem de vender
para preservar seu emprego”.
Agir – A política
de advertências por cancelamento de produtos faz parte do Agir, programa de
avaliação de desempenho que já foi alvo de diversas denúncias. “O Sindicato já
cobrou do banco negociação sobre o Agir diversas vezes. Também já questionamos
a área de relações sindicais sobre a punição de bancários mediante
cancelamentos, chamada pelo Itaú de ‘venda mal feita’”.
“O resultado dessa pressão excessiva, que chega de
todos os lados, é o aumento dos níveis de adoecimento e muitas demissões
arbitrárias. Continuaremos cobrando do banco que respeite funcionários e
clientes. Hoje, na prática, o discurso é muito diferente da realidade".