Reestruturação
interna acabou com diretoria que dialogava com entidades representativas dos
trabalhadores, e movimento sindical reivindica atenção às demandas.
O Sindicato de SP entregou ofício ao Banco do Brasil, durante assinatura do
acordo coletivo aditivo, na tarde da quinta-feira 13, cobrando explicações
sobre um eventual plano de aposentadoria incentivada e de demissão voluntária.
Segundo noticiado por alguns veículos de imprensa, a instituição financeira pretende
desligar até 18 mil bancários. Nesta quinta, o banco enviou comunicado interno
informando sobre uma reestruturação, mas não confirmou a intenção de
readequação dos quadros.
Com certa frequência, o banco coloca em prática
programas visando o enxugamento do quadro do número de funcionários, mas sem
nunca negociar os termos com os representantes dos trabalhadores. O movimento
sindical se preocupa com a sobrecarga de trabalho dos bancários remanescentes,
pois não há perspectiva de novas contratações, dada a atual conjuntura de
ajuste fiscal.
Extinção de diretorias – No comunicado, o banco informa a extinção da diretoria de Relações
com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref). “Outro motivo de
preocupação. A Diref era a responsável pelas negociações entre o banco e os
representantes dos trabalhadores. Com a reestruturação, essa função será
diluída na diretoria de gestão de pessoas. Esperamos que essa mudança não
prejudique o diálogo, e cobramos para que as demandas dos funcionários recebam
a atenção necessária”.
O banco também vai extinguir a diretoria de Crédito
Imobiliário (Dimob). “Isso é mal sinal e demonstra que no governo Temer, os
programas como Minha Casa, Minha Vida podem ficar em segundo plano, e isso
afetará diretamente setores do Banco do Brasil, como o Cenop imobiliário,
lotado no prédio da Rua XV de Novembro, em São Paulo”.
Acordo de dois anos – É importante os funcionários
do Banco do Brasil estarem unidos para enfrentar os ataques que virão.”
O acordo coletivo válido por dois anos é importante neste momento, pois
protegerá direitos até 2018, como por exemplo, o abono de cinco dias, que já
foi retirado nos anos 1990, quando a conjuntura também era de ameaças às
conquistas. Também, está garantido aumento real em 2017.
“Cobramos que o banco, antes de qualquer mudança,
instale uma mesa de negociação com os trabalhadores, por meio de suas entidades
representativas, para que possamos evitar prejuízos aos funcionários”.