Os bancários, reunidos em assembleia, nesta
quinta-feira, 06, à tarde, decidiram encerrar a greve e retornar ao trabalho
nesta sexta, após 31 dias paralisados. Esta foi uma das maiores greves dos
últimos 20 anos.
A categoria aceitou a proposta apresentada pela
Federação Nacional dos Bancos, na quarta-feira à noite, em São Paulo. Os bancos
propõem para este ano reajuste de 8% mais abono de R$ 3.500, que será pago até
10 dias após assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho. No vale-alimentação,
aumento de 15%. No vale-refeição e no auxílio creche-babá, 10%. Para 2017, a
proposta prevê reajuste de reposição da inflação (INPC) mais 1% de aumento real
para os salários e em todas as demais verbas. A Participação nos Lucros e
Resultados será reajustada em 8% em 2016 e inflação mais 1% de aumento real em
2017.
Outra vitória da categoria, segundo o presidente do
Sindicato de Guaratinguetá e Região, Claudio Vasques, foi o abono total dos
dias parados. Em anos anteriores, os bancários em greve cumpriram a maioria
destas horas.
“Sem dúvida nenhuma esta foi uma das mais difíceis
greves que enfrentamos nos últimos anos. Primeiro, o banqueiro estava
totalmente intransigente e disposto a não ceder em nada na mesa de negociação.
O jogo foi duro em todas as rodadas. E em outro campo de batalha, no dia da dia
da greve, também jogou pesado, lançando mão de interditos proibitórios, pressão
para que funcionários furarem a greve, chegando até ao absurdo de arrancarem os
cartazes de diversas agências”, aponta o presidente.
Porém, avalia Claudio Vasques, os bancários só
conseguiram arrancar esta proposta, “que não é a melhor, nem a que almejávamos,
nem que o bancário merecia, mas a possível, graças a maior greve dos últimos
anos, com grande demonstração de força e união da categoria bancária. E o
acordo de dois anos vai permitir que os bancários se mobilizem contra a
retirada de direitos, contra a terceirização, privatização dos bancos públicos
e ainda teremos mais condições de discutir as mesas temáticas, debatendo as questões
de saúde, segurança, emprego e condições de trabalho e greve, inclusive, caso
ameacem nossos direitos”.
O atendimento bancário volta ao normal nesta sexta,
a partir das 11h.