Nem tão digital assim.
Se
tem uma coisa que a greve nacional dos bancários provou é que os clientes
precisam dos trabalhadores tanto quanto os trabalhadores precisam dos seus
empregos.
A paralisação que hoje completa dez dias está incomodando muita gente
e a culpa é dos bancos. Ou alguém acredita que Itaú, Bradesco, Santander, Banco
do Brasil e Caixa Federal – que juntos lucraram R$ 29,7 bi somente nos seis
primeiros meses deste ano – não tenham condição de pagar aumento salarial acima
da inflação? Mas, para aumentar ainda mais esse lucro, os bancos, após sete
rodadas de negociação (iniciadas ainda em meados de agosto), insistem em tentar
impor perdas aos bancários.
Querem pagar reajuste rebaixado e se recusam a
negociar proteção aos empregos. Somente entre janeiro e julho de 2016, quase 8
mil empregos bancários foram extintos.
O resultado: sobrecarga de trabalho nas agências e departamentos; mais filas, queda na qualidade de atendimento. “Sabemos que a greve muda a rotina e fazemos de tudo para que isso não seja tão difícil”. “Não podemos aceitar que os bancos tentem se aproveitar da crise econômica para fazer os bancários perderem, seja por meio dos salários ou dos empregos.
Não tem crise para banqueiro! Se os clientes ficarem do nosso lado,
somaremos forças para pressionar a Fenaban (federação dos bancos) a acabar com
a enrolação e apresentar proposta que os bancários possam aceitar e voltar ao
trabalho.”