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19/08/2016 - 15:18:40
BANCÁRIOS QUEREM VALORIZAÇÃO E REIVINDICAÇÕES ATENDIDAS

Comando Nacional dos Bancários termina discussão da pauta com Fenaban e aguarda resposta das reivindicações

As próximas rodadas de negociação já foram marcadas para 24 e 29 de agosto, em São Paulo

Mais saúde, mais segurança e melhores condições de trabalho. Estes foram os temas das reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta sexta-feira (19), em São Paulo, na segunda rodada de negociação da Campanha Nacional 2016, marcando a apresentação total da minuta da categoria aos bancos.

Bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e sequestros e tendo de dar conta de inúmeras tarefas.

Explicoamos que os 128 artigos que integram a minuta da categoria já estão com os bancos desde a entrega da pauta, em 9 de agosto. Os trabalhadores esperam que a Fenaban não postergue as negociações e apresente propostas que contemplem as demandas dos trabalhadores o quanto antes. “Os bancos conhecem muito bem nossa minuta e queremos que apresentem suas propostas objetivamente, já que esgotamos o período de esclarecimentos e debates. Esta é a expectativa dos bancários e das bancárias. Chegou a hora do reconhecimento do nosso valor”.

"Como todo ano, os bancários vêm para a mesa de negociação preparados, com dados e toda a seriedade. Deixamos claro que mais empregos, o aumento real, a melhoria das condições de trabalho e o fim da desigualdade entre homens e mulheres são questões centrais. No dia 29 esperamos que venham para a mesa com proposta para resolver a campanha, sem enrolação".

Saúde e condições de trabalho

A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico. 

Em relação à saúde e condições de trabalho, os representantes dos trabalhadores revindicam o fim das metas abusivas e do assédio moral. Há cinco anos, os bancários conquistaram instrumento de prevenção e combate ao assédio moral, previsto na cláusula 56ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Mas os dirigentes sindicais cobraram mais empenho dos bancos no combate ao problema. Foram detectadas várias falhas no trânsito das denúncias encaminhadas pelos sindicatos acordantes até o retorno a ser dado pelos bancos signatários do instrumento.

O Comando Nacional também quer mudanças no processo de retorno ao trabalho. Nas mesas temáticas de saúde, durante o ano todo, já houve o aprofundamento do debate com a Fenaban para a mudança de nome da cláusula 44ª da CCT, hoje Programa de Reabilitação Profissional, para Programa de Retorno ao Trabalho. Os bancários reafirmam a reabilitação profissional é uma tarefa exclusivamente pública, atribuída ao Ministério da Previdência Social, que tem a responsabilidade de executá-la, e que os bancos devem assegurar condições de trabalho seguras e saudáveis para reinserção do trabalhador que retorna da licença-saúde.

Em muitos casos, os bancos têm descontado de uma vez só o salário dos funcionários após afastamento por doença, além de transferirem, a análises dos atestados médicos para o gestor da agência, o que tem gerado grande revolta por parte dos funcionários.

Segurança

Por mais segurança nas agências, os bancários reivindicam permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Um dos principais pontos debatidos na mesa de negociação foi a prevenção contra assaltos e sequestros. Os bancários querem que que os bancos estendam o atendimento médico e psicológico aos familiares das vítimas de sequestros e outros delitos, assumindo os custos de remédios e as despesas de todos os tratamentos.

O Comando Nacional também destacou denúncias trazidas pelos bancários sobre constrangimentos e excessos dos gestores causados por revistas dos funcionários nas agências.   

Agenda

As próximas rodadas de negociação com a Fenaban foram marcadas para o dia 24, quarta-feira da semana que vem, e também para o dia 29 de agosto. Com o Banco do Brasil, a primeira rodada de negociação está agendada para o dia 23 (terça-feira), em Brasília. No dia 24, tem nova negociação com a Caixa, também na Capital Federal.



Fonte: Contraf
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