Que não tem perspectiva de retomar contratações, não dá prazo para
instalar login único e ignora diversas reivindicações.
Contratações estão congeladas e não há perspectivas de serem retomadas, silencio total para as reivindicações sobre o fim do caixa minuto e retorno da função de caixa e outras propostas dos trabalhadores. Essa foi a postura dos representantes da Caixa Federal na primeira negociação específica da Campanha 2016 que discute a renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Nessa primeira rodada, o objetivo dos integrantes da Comissão Executiva dos
Empregados (CEE) era resolver pendências das negociações durante o ano e, em
seguida, iniciar as discussões da pauta específica. No entanto, a Caixa novamente
emperrou as discussões.
A rodada seguinte de negociação está marcada para dia 24. “Queremos negociações
produtivas e não postura de quem busca emperrar o processo negocial”, afirma
Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato e coordenador da CEE.
“Uma de nossas principais reivindicações é a
contratação de mais bancários. Apenas neste ano saíram cerca de 2 mil bancários
por meio do Plano de Apoio a Aposentadoria (PAA) sem reposição. Também cobramos
o fim do caixa minuto, revogação da medida que estabelece a extinção da função
de caixa, mais respeito aos tesoureiros que mesmo sendo responsáveis pelo
numerário da unidades estão tendo de atender ao público. Tudo foi ignorado”,
critica Dionisio.
Conheça
as reivindicações dos
bancários
Sipon – Um dos
compromissos firmados pela Caixa e que corre risco de não ir adiante é a
disponibilização de login único no ponto eletrônico (Sipon). A promessa da
instituição era de que seria adotado em todo o país a partir de janeiro de
2017. Na negociação, os interlocutores do banco disseram que o mecanismo
começará a ser desenvolvido em janeiro de 2017 sem data para implantação.
“Deixamos claro que se a Caixa quiser de fato resolver a questão da jornada,
evitando até ações trabalhistas, tem de acelerar essa implantação. E essa nova
ferramenta tem de ter algum mecanismo que impeça o registro da jornada
negativa. Isso acabaria com a prática ilegal de o gestor dispensar bancário
mais cedo para ‘descontar’ quando tivesse de ficar além da jornada. Tudo para
não pagar hora extra”, explica o dirigente.
Funcef – A CEE também
cobrou a criação de comissão para discutir especificamente as questões do fundo
de pensão (Funcef). Também na Campanha 2015, a empresa havia se comprometido em
criar tal grupo, mas não levou adiante. Nesse caso os participantes
reivindicam, por exemplo, que a Caixa se responsabilize integralmente pelo
contencioso provocado por ações judiciais.
O representante do banco não se posicionou sobre a criação da comissão.
Saúde Caixa – Também ficou sem resposta a
utilização do superávit do Saúde Caixa. Uma das cobranças dos empregados – que
havia sido aceita pela Caixa no ano passado, mas também não foi levada adiante
– é a redução da coparticipação dos bancários de 20% para 15%.
Outra cobrança foi o limite de R$ 2.400 para o reembolso nos casos de
procedimentos médicos. Esse valor foi conquistado na Campanha 2015, até agora
não implantado.
Reestruturação suspensa – A CEE relatou que muitos gestores, como o da Centralizadora Nacional de
Habitação e Garantia (Cehag) de São Paulo, têm promovido descomissionamentos e
ameaçado empregados, com a justificativa de reestruturação.
Nessa questão, os interlocutores do banco afirmaram
que as reestruturações no banco estão suspensas. Também disseram que
averiguarão o caso da Cehag.
“Cobramos medidas do banco para que essa prática
abusiva de gestores acabe. Mas é essencial que as pessoas denunciem caso sejam
prejudicadas. Esse caso na Cehag, por exemplo, será levado também para o fórum
regional sobre condições de trabalho na Caixa”, diz o coordenador da CEE.