Emprego, aumento real de 5%, PLR maior, não à
terceirização, ao assédio moral e metas abusivas, essa foi a decisão dos 633
delegados em plenária final da 18ª Conferência Nacional dos Bancários,
encerrada no início da tarde deste domingo (31) no Hotel Holiday Inn Parque
Anhembi, em São Paulo.
Além do reajuste, a 18ª Conferência aprovou as reivindicações sobre os quatro
eixos da Campanha (Emprego, Saúde, Segurança e Condições de Trabalho,
Remuneração e Estratégia para Organização da Luta). A Conferência aprovou
também melhoria nos planos de saúde dos funcionários, incluindo plano de saúde
aos aposentados nas mesmas condições e valores vigentes enquanto ativos. E
mais: campanha unificada e manutenção do formato de negociação; ou seja, mesa
única, concomitante com os bancos públicos.
A Campanha salarial 2016 que será uma das
mais importantes dos últimos anos, além da luta contra demissões, por mais
contratações, aumento real, PLR maior, fim da terceirização e condições de
trabalho decentes, este ano vai se somar à mobilização nacional contra a
retirada de direitos da classe trabalhadora do nosso país.
A 18ª Conferência reuniu durante três dias
(29, 30 e 31 de julho) 633 delegados (400 homens e 233 mulheres).
A pauta que será
entregue a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 9 de agosto, prevê:
Remuneração – Reajuste salarial
de 14,78% com aumento real de 5% mais inflação projetada em 9,31%. A PLR
de três salários mais R$ 8.317,90 de parcela fixa adicional e 14º salário. Para
o piso, o salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24). O valor do vale-alimentação e
da 13ª cesta reivindicado é de R$ 880. Para o vale-refeição, R$ 40 ao dia.
Emprego – Entre as
principais reivindicações dos bancários está o respeito aos empregos. Além do
fim das demissões e mais contratações, os trabalhadores querem a promoção da
igualdade de oportunidades para todos, o fim das discriminações nas
contratações, nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, LGBT
e pessoas com deficiência (PCDs).
No combate à terceirização no sistema financeiro, será proposta a suspensão de
todos os projetos dos que terceirizam serviços e a criação de uma comissão
bipartite, com participação dos sindicatos e dos bancos, para reverter esse
quadro e transformar todos os terceirizados em bancários.
Somente nos primeiros três meses do ano o lucro líquido dos cinco maiores
bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander) chegou à
marca de R$ 13 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados
pela Consultoria Economatica, o bancário foi o de maior lucratividade no
período. As receitas com prestação de serviços e tarifas cresceram 6,2%,
atingindo R$ 26,6 bilhões.
Agências digitais – A pauta deste ano
conterá reivindicações específicas para agências digitais e sobre novas
tecnologias.
Saúde e condições de
trabalho – Além da manutenção da luta contra o assédio
moral e as metas abusivas, os bancários querem a melhoria nos programas de
retorno ao trabalho, participação dos trabalhadores e dos sindicatos nas
questões de saúde. Também será cobrado que os planos de saúde sejam mantidos
após a aposentadoria do trabalhador e que sejam custeados pelas empresas.
Segurança – Em relação à
segurança, os bancários reforçaram a necessidade de portas giratórias nas
agências, instalação de biombos nos caixas eletrônicos e o fim das guardas das
chaves pelos trabalhadores, além da permanência de dois vigilantes por andar
nas agências e pontos de serviços bancários.
Estratégia – Além da unidade
entre trabalhadores de bancos públicos e privados, os bancários aprovaram
estratégias de luta em defesa do emprego, pelo fim das demissões imotivadas, da
terceirização, em defesa das empresas públicas. Diante dos ataques aos
direitos, os bancários dizem não à reforma da Previdência como está apresentada
pelo governo interino, à proposta que coloca o negociado sobre o legislado, em
defesa da CLT, do SUS, além da importância de esclarecer a população sobre a
alta de juros tão nefasta à sociedade.
Paridade – Os delegados votaram que a partir de 2017, a Conferência deverá contar com a participação mínima de 30% de mulheres. Também foram aprovadas moções, entre as quais a que categoria se coloca contra a violência de gênero.