Representantes
dos funcionários de todo o país protestaram na manhã da terça-feira 5, Dia
Nacional de Luta, no principal complexo administrativo do Santander, a Torre,
localizada na zona oeste da capital. A mobilização foi resposta à direção do
banco espanhol que se nega a atender às reivindicações dos trabalhadores nas
negociações sobre o Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
“Embora o
banco esteja com nossa pauta desde 12 de maio e muitas das questões já vêm
sendo discutidas no Comitê de Relações Trabalhistas, o Santander se limitou,
até agora, a apenas querer renovar as cláusulas, mas, por exemplo, impondo
dificuldades para que as pessoas tenham acesso às bolsas de estudos”, e que a nova
rodada de negociação ocorre na quarta-feira 6. “Esse dia de luta foi para
mostrar nossa insatisfação e cobrar do Santander que apresente avanços aos
trabalhadores e não retrocesso.”
Adiantamento de férias – Um bancário que trabalha na Torre
considera que se fosse atendida a reivindicação de empréstimo de férias –
correspondente a um salário para ser pago em dez vezes sem juros –, isso
tranquilizaria muitas as pessoas. “Quando voltamos das férias, a grana é mais
curta e parece que o mês fica mais longo. E se ocorre imprevisto e surgem
gastos extras, compromete todo nosso orçamento. Saber que poderia contar com
esses recursos traria muito mais segurança. Além disso, nós somos os grandes
responsáveis pelo lucro que o Santander tem a cada ano. Por que não temos esse
direito num momento de aperto?”
Camilo Fernandes, presidente da Afubesp, ressalta que esse empréstimo já é um
direito de funcionários oriundos do antigo Banespa (incorporado pelo Santander)
e que é um das propostas na pauta que está com o banco. “Queremos que todos
tenham esse direito. Ou seja, isonomia de direitos entre todos os
funcionários.”
Outro ponto destacado pelo trabalhador da Torre – e que também esta na pauta –
é a possibilidade de os pais serem incluídos como dependentes no plano de
saúde. “Conforme a idade aumenta, os custos de convênio pesam muito. Poder
ajudar os pais nesse sentido seria ótimo”, diz.
“O empréstimo de férias, a inclusão no convênio médico e outras reivindicações
que apresentamos representam gasto pequeno perto do elevado lucro do Santander.
E são questões importantes, que representariam uma valorização aos
funcionários”, conclui Camilo Fernandes.
Durante a manifestação, dirigentes sindicais percorreram todos os andares do
complexo administrativo – que abriga setores como a Presidência, Recursos
Humanos, Auditoria e Jurídico –, conversaram com trabalhadores sobre a
importância do acordo aditivo e distribuíram o jornal.