A soma dos lucros dos cinco maiores bancos do Brasil - Bradesco, Itaú
Unibanco, Santander, BB e Caixa - chegou a R$ 69,9 bilhões no ano passado,
crescimento de 16,2% em relação a 2014. A informação foi levada
pela economista do Dieese Catia Uehara para o Encontro Nacional dos
Bancos Privados, na terça 07/06.
No período, houve maior utilização de créditos tributários, aumento da
despesa por empréstimos e repasses devido à desvalorização cambial.
No 1º trimestre de 2016, o lucro destes mesmos cinco bancos somou R$
13,1 bilhões, com queda de 19,4% em relação ao 1º trimestre de 2015. “Apesar
dos bancos apresentarem características bem distintas, suas variações foram
parecidas. Pois, mesmo com a queda na rentabilidade, os lucros do sistema
financeiro permaneceram em patamares muito elevados”, explicou Catia.
Cortes
- O nível de emprego nos bancos continua caindo. Segundo dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de janeiro a abril de 2016, foram
eliminados 4,5 mil postos de trabalho em todo o setor financeiro. Em doze meses
houve uma redução de 11.305 vagas formais. O número de agências também está
caindo. Atendimento remoto predomina, principalmente por smartphones, e vem
crescendo expressivamente.
Para Catia, a terceirização é uma das principais causas para a redução
do emprego bancário nos últimos anos, inclusive via correspondentes bancários
que apresentaram forte crescimento após as Resoluções de 2011 do BCB. Os meios
digitais e automação de processos também estão afetando o emprego,
principalmente em ocupações transacionais e de back-office.
As transações pelos canais digitais (internet e mobile banking)
ultrapassaram mais de 50% do total, em relação a outras modalidades. “Estes são
grandes desafios a serem enfrentados pela categoria bancária. Visto que as
transações realizadas em agências caíram substancialmente entre 2012 e 2015. No
entanto, as transações via smartphones avançaram de 0% de participação, em
2011, para 21% em 2015”, ressaltou a economista.