Um levantamento feito pelo Ministério Público
Federal apontou suspeitas de fraudes no pagamento do programa Bolsa Família que
podem chegar a R$ 2,5 bilhões e atingir 1,4 milhão de beneficiários.
Entre as possíveis irregularidades encontradas pelo
órgão há saques realizados por pessoas que já morreram, indivíduos sem CPF ou
com CPFs múltiplos, além de pessoas que estariam recebendo o benefício sem ter
direito, como servidores públicos e doadores de campanhas políticas.
Os dados foram levantados a partir do cruzamento de
informações do cadastro de beneficiários com dados da Receita Federal, TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) e Tribunais de Contas.
Essas irregularidades foram identificadas em pagamentos
feitos entre 2013 e 2014. O Ministério Público deu prazo de 30 dias para que o
Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário informe quais providências serão
tomadas diante de inconsistências identificadas.
O levantamento fez parte de um projeto lançado pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em junho do ano passado, e tem
como objetivo de combater as fraudes do programa.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário afirmou que "não ignora a possibilidade de irregularidades ocorridas
na gestão anterior", isto é, da presidente afastada Dilma Rousseff.
O texto também diz que a "pasta está empenhada
em aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do
Bolsa Família" e que integrantes do ministério entraram em contato com o
Ministério Público Federal para tratar do assunto e criar um comitê de controle
"para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais
precisa".