A taxa de desemprego brasileira, de 10,9% no primeiro trimestre do ano, já é a terceira maior do G-20, o grupo que reúne as principais
economias do mundo.
Nas piores colocações da lista, o Brasil só é
superado por África do Sul e Itália. Está empatado com a Turquia, mas naquele
país a renda está em crescimento e o mercado de trabalho tende, ao menos em tese,
a melhorar.
Os dados encerram de maneira sombria a mitologia
cultivada durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, que vendia o país como
uma ilha de pleno emprego em um mundo de desalento.
A desocupação brasileira agora supera até os 10,2%
da zona do euro, frequentemente mencionada nas comparações feitas pela
presidente afastada -cujas políticas de estímulo às contratações, levadas à
exaustão, desembocaram na crise atual.
A petista obteve taxas historicamente favoráveis no
mercado de trabalho -como os 7,2% de apenas dois anos atrás- com expansão do
gasto público, concessão de crédito subsidiado e redução dos tributos
incidentes sobre as folhas de salários.
Além disso, evitou o quanto pôde combater a alta da
inflação, puxada pelo aquecimento do setor de serviços -que abrange
profissionais tão diferentes quanto domésticas, manicures, pedreiros,
professores, médicos, corretores de imóveis e especuladores do mercado
financeiro.
Assim, as contas do Tesouro Nacional chegaram ao
vermelho no ano reeleitoral de 2014, e a inflação disparou no ano seguinte. Os
juros e a dívida pública dispararam, as empresas pararam de investir e a
economia entrou em recessão.