Os funcionários do
Itaú foram atraídos para trabalhar nas agências digitais com promessas de
crescimento profissional, remuneração variável baseada em metas atingíveis e um
ambiente saudável e tranquilo. Uma pena que era tudo ilusão, pois a realidade
se mostrou bem diferente do prometido, com os trabalhadores encontrando locais
insalubres, metas abusivas, assédio moral, rankings e remuneração variável
indefinida.
Entre os que foram enganados pelo banco estão os Gerentes Operacionais (GOs),
que tiveram o cargo extinto e estão sendo obrigados a passar por um processo de
seleção para continuar nas unidades digitais. Caso não consigam, terão de
voltar para as tradicionais.
“Queremos mais respeito aos funcionários do Itaú, pois não é admissível iludir
o bancário com propostas de crescimento e desenvolvimento e depois jogar fora,
como está acontecendo. O trabalhador muda toda a sua vida para se adaptar ao
novo local, abre mão da construção profissional que tanto se dedicou achando
que está optando pelo melhor e se depara com a sua destruição pessoal e profissional”.
Após denúncias, os dirigentes procuraram o banco, que informou que todos os
gerentes que tiveram os cargos extintos terão chance de realocação. O Sindicato
ressaltou que acompanhará de perto todo o processo e, se caso algum bancário se
sentir prejudicado, ele deve procurar a entidade.
Segundo o Itaú, são 45 GOs na estrutura das agências digitais, sendo que 15
teriam sido promovidos a coordenadores, nove transferidos para a área de
segurança e 21 estariam em fase realocação.
Os bancários estão tendo de retroceder em suas carreiras e que o Itaú não tem
consideração pelo trabalhador, em um "projeto desumano que só visa o
lucro". “Ele é digital a qualquer custo, como um rolo compressor, sem
avaliar a satisfação de clientes e funcionários”.