Por meio de sua assessoria, o banco
disse que não comentaria o caso Por Bloomberg |16h45 | 17022016 (Bloomberg)
O Cade ordenou que o HSBC abra para o Conselho todas as ofertas recebidas nos
últimos dois anos pela subsidiária brasileira e explique por que escolheu a
oferta de US$ 5,2 bilhões do Banco Bradesco (BBDC3; BBDC4).
O Cade também disse que o HSBC deve
fornecer documentos, apresentações, avaliações e relatórios internos que
embasaram a decisão, segundo ofício de 27 de janeiro para o HSBC e o Bradesco.
O pedido não é usual para o Cade,
disse a assessoria do Conselho, explicando que a complexidade do negócio
necessita de uma revisão mais abrangente do que as fusões bancárias usuais no
Brasil. A assessoria também disse que as respostas serão protegidas por sigilo.
Os reguladores disseram anteriormente que estão avaliando melhor a transação
para verificar os efeitos sobre a concorrência no setor bancário do País.
O Bradesco é o quarto maior banco
brasileiro em ativos e o HSBC é o sétimo, com base em dados de setembro do
Banco Central. Ambos os bancos foram previamente convidados a mostrar como
potenciais ganhos de eficiência poderiam atenuar preocupações quanto ao impacto
da menor concorrência sobre os consumidores.
A revisão deve ser concluída até o
final do mês de junho, embora o Cade tenha dito que o prazo pode ser
prorrogado. Aprovação esperada O HSBC ainda espera que a operação seja aprovada
nos próximos meses, disse uma pessoa com conhecimento direto do processo que
pediu para não ser identificada porque a discussão não é pública.
O ING Groep NV abandonou um plano para
comprar a deficitária unidade turca do HSBC, em parte devido a questões
regulatórias, disseram em dezembro pessoas com conhecimento do assunto. Ao
invés disso, o banco com sede em Londres vai reestruturar o negócio, pessoas
disseram este mês.
A assessoria do Bradesco disse que o
banco “não comenta assuntos que estejam sob avaliação administrativa”. O HSBC e
o Bradesco disseram que a operação não irá prejudicar a concorrência, de acordo
com partes não sigilosas de diferentes documentos enviados por eles para o
Cade. Respondendo a uma das perguntas do Cade sobre o negócio, Bradesco e HSBC
disseram que os dois bancos somam mais de 40 por cento do mercado em apenas 131
dos 3.582 municípios brasileiros que possuem agências bancárias.
O Bradesco concordou em comprar a
unidade do HSBC no Brasil em agosto para adicionar cerca de 850 agências e R$
179,5 bilhões (US$ 45 bilhões) em ativos, a maior aquisição já feita pelo
banco. Antes do anúncio do acordo, um representante do governo que pediu para
não ser identificado disse que a aquisição da unidade local do HSBC por um
banco brasileiro tão grande como Bradesco ou Itaú Unibanco poderia enfrentar
questões antitruste, enquanto o Santander, o quinto maior banco do País,
enfrentaria menos obstáculos.
O Banco Central aprovou a transação no
mês passado.