Frustrante. Assim pode ser classificada a reunião realizada na
sexta-feira, 22 de janeiro, entre a Caixa Econômica Federal e a comissão dos
aprovados no concurso público de 2014, em Brasília (DF). Os representantes do
banco reforçaram que não há cronograma ou perspectivas para contratar novos
empregados, incluindo os portadores de deficiência. As duas principais
justificativas apresentadas foram as diretrizes do governo federal, no sentido
de reduzir gastos, e a retratação do mercado de trabalho.
“Definitivamente, não há nenhuma boa vontade da empresa para reverter a
situação de sobrecarga e adoecimento que toma conta de unidades em todo o país.
Com os dirigentes da Caixa estavam representando Dilma Rousseff, visto que o
pedido foi de um encontro com ela, vamos relatar à presidenta toda nossa
insatisfação. Esse posicionamento, que vem desde a campanha salarial passada, é
inadmissível”, diz Genésio Cardoso, membro da Comissão Executiva dos Empregados
(CEE/Caixa).
Ainda de acordo com ele, o banco também foi categórico ao dizer que não vai
repor sequer as cerca de 3 mil vagas deixadas após o Plano de Apoio à
Aposentadoria do ano passado. “Sobre a possibilidade de outro PAA em 2016, não
confirmaram e nem negaram. Mas enfatizaram que, se houver, também não farão
reposição. Ou seja, a Caixa não pretende nem mesmo chegar ao quantitativo de
97.732 empregados, limite imposto por uma portaria do Dest publicada no final
do ano passado”, acrescenta Genésio Cardoso.
Os representantes da empresa alegaram ainda que, por força da legislação, não
pode ser prorrogada a validade do concurso realizado em 2014, que terminará em
junho. Eles asseguraram, porém, que não haverá outro certame este ano. Já
quando questionados sobre o possível fechamento de agências, disseram
desconhecer proposta com esse objetivo.
Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, a crescente demanda exige que
a Caixa reforce o quadro de pessoal. “Ainda mais agora que o governo fala em
aumentar a oferta de crédito por meio dos bancos públicos”, acrescenta. Fabiana
Matheus, coordenadora da CEE/Caixa, lembra: “a empresa acabou de completar 155
anos, e é urgente dar um basta nesse processo de enfraquecimento. Para isso,
porém, é preciso valorizar os empregados e contratar mais”.