Faltam garantias
para os funcionários, entre outros problemas que vêm acontecendo no processo. Aconteceu
nesta quarta-feira (20), em Brasília, uma nova reunião entre os sindicatos, assessorada
pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e o Banco do Brasil, para
tratar do processo de reestruturação na VISIN (Vice-Presidência de Serviços,
Infraestrutura e Operações), que envolve as áreas de logística, operações e
plataforma do PSO e setor dos caixas das agências.
Os representantes dos funcionários apresentaram ao
banco o quadro percebido nos locais de trabalho, onde há falta de informação,
informações incorretas e dados inconsistentes nos próprios sistemas do banco.
Foi cobrado do BB, mais uma vez, uma planilha com o
quadro real dos cortes em cada praça que haverá diminuição de cargos. A
Comissão de Empresa argumentou que o compromisso do banco não foi cumprido e
que até hoje não há informação real de cada cargo que será extinto ou
remanejado de cidade.
Suspensão do
processo
Os representantes dos funcionários solicitaram ao
banco a suspensão do processo de reestruturação na VISIN, considerando-se o
grande tumulto causado nos locais, a falta de consistência nos sistemas de
concorrências e a falta de comunicação formal aos funcionários dos locais
envolvidos.
Prazo insuficiente
O Banco do Brasil ampliou o prazo de início do VCP
- verba de caráter pessoal (garantia de manutenção da remuneração por 4 meses)
de 25/01 para 15/02 aos funcionários que não forem remanejados de praça ou que
tiveram redução de salários.
Os representantes dos funcionários consideraram o
prazo insuficiente, uma vez que para muitos funcionários a única opção de
permanecer com o cargo será o deslocamento de mais de 4 mil quilômetros.
Poucas garantias
apresentadas
Dentro das cobranças apresentadas pelos sindicatos,
de garantias aos funcionários, o BB informou que está agilizando a quebra da
trava de concorrência, fará um curso de capacitação para quem for para a
rede de agências, vai garantir a migração na lateralidade de 6 ou 8 horas se
houver o cargo no novo prefixo e, ainda, a garantia de extra-quadro como
escriturário em agência de preferência do funcionário, analisando ao número de
pedidos de cada local, para se evitar um número grande de extra-quadro na mesma
dependência.
Plano de Funções
complica a reestruturação
Os representantes dos funcionários argumentaram ao
banco que poderá ocorrer problemas de migração e realocação mesmo nas cidades
que aumentarão o quadro de pessoal, devido ao plano de funções, uma vez que
pela regra do Plano de Funções alguns funcionários terão salário reduzido mesmo
subindo de cargo.
Pressão e assédio
nos locais de trabalho
Foi denunciado ao banco a pressão de alguns
gestores para que os funcionários façam opção de migração urgentemente, mesmo
antes do prazo estabelecido pelo banco. Muitos gestores estão tentando dar um
ritmo próprio e açodado, em alguns casos ameaçando funcionários de rebaixamento
de cargos.
Cobrança por mais
garantias
A Comissão de Empresa da cobrou do BB que seja
garantida aos funcionários a mesma remuneração para quem ficar extra-quadro nas
agências, a extensão do VCP para 12 meses e adiar o prazo de início do VCP para
além da data insuficiente de 15/02.
Apresentação de
Planilha e contato com outras áreas
Ficou acordado que o Banco entregará semanalmente à
Comissão de Empresa uma planilha com o quadro de vagas e movimentações para que
seja feito acompanhamento real. Ficou acertado o dia 26/01 a apresentação do
quadro geral de movimentações até aquela data. Ainda, será feito contato com
outras áreas que não são da VISIN para desbloqueio de vagas de cargos
semelhantes, com o objetivo de melhor realocação dos funcionários que estão
perdendo funções.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de
Empresa dos Funcionários do BB, o pedido mais coerente neste momento é a
suspensão do processo: “Nos parece que todos os tratores foram ligados e estão
atropelando pessoas e processos. Faltam garantias concretas para os
funcionários, como a de manutenção da remuneração em extra-quadro. Se o banco
quer mudar tanto os serviços de local, que gaste um pouco mais de dinheiro e dê
segurança financeira aos seus funcionários. Uma reestruturação que corta cargos
em tantos locais, traz com certeza economia ao banco” afirma.
Segundo ele, é impressionante a falta de conhecimento
que diversas áreas do banco têm do plano de funções que imposta aos
funcionários anos atrás: “As diretorias fazem reestruturações sem saber que tem
gente que sobe de cargo e diminui salário, situação inusitada criada pelo plano
de funções. Se a empresa realmente se preocupa com seus funcionários, deve usar
um pouco a economia de milhões do plano de funções e manter os salários sem
perda nas reestruturações.
Orientações
Que todos os sindicatos continuem as visitas nos
locais envolvidos nos grandes centros e também nas plataformas de PSO, na busca
por informações mais detalhadas das movimentações, para que se possa buscar a
proteção dos funcionários. Os funcionários devem relatar aos sindicatos os
casos de arbitrariedades cometidas para que seja tratado no âmbito
administrativo e jurídico se for necessário.