De Dilma, sobre a pressão para que afaste seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "Quando digo não, não há outra opção, é não e acabou". Beleza: a presidente que não sabe se fica sustenta o ministro que não sabe se aguenta ficar. Defende a polÃtica econômica que atacou na campanha e que é condenada não só por seu partido, mas por Lula, seu padrinho polÃtico. Lula quer porque quer trocar Levy por Henrique Meirelles, presidente do grupo Friboi, não se sabe bem por que, já que a polÃtica econômica não mudaria tanto de um para outro.
Então a solução é a oposição? Há controvérsias: a oposição concorda com a atual polÃtica econômica de Joaquim Levy, mas vota contra, derrubando até as normas que criou quando estava no Governo.
E pode ser complicado decretar que a crise é moral e exigir providências legais para resolvê-la. O substituto natural de Dilma é o vice Michel Temer - mas irregularidades nas contas da campanha o atingem tanto quanto a Dilma, já que foram companheiros de chapa. O segundo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O terceiro é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Cunha e Renan estão na lista de alvos de delação premiada, e Cunha enfrenta o problema das contas suÃças que jura que não tem. Certamente são contas de mau caráter, dissimuladas, que disfarçam tão bem que, puxa, seria possÃvel acreditar que são dele sim.
Mas há ainda outra opção. O quarto substituto é o presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski.
É simples entender o tamanho da crise.
Mamando na crise
O Governo Federal tem hoje 103.313 funcionários comissionados - nomeados sem concurso, geralmente em função de seu QI (Quem Indica). Destes, 22.019 ocupam cargos de Direção de Assessoramento Superior, DAS, com salários de até R$ 31.700 mensais. O empreguismo existe desde sempre no Brasil: o poder emprega, o cidadão paga. Mas se acelerou ultimamente: Lula, em oito anos, criou 18.300 cargos de confiança; Dilma, em quatro, 16.300. No total, 34.600.
Por isso se pensa tanto em novos impostos. Não há arrecadação que chegue.