A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu
com a direção do banco, na manhã desta quarta-feira (24), em São Paulo. Os
principais pontos da pauta foram emprego, saúde e remuneração.
Uma das prioridades do movimento sindical foi definir agenda de reunião mensal
para todo o ano. “Este ano será muito desafiador, nós teremos Campanha Nacional
e ainda temos diversos pontos específicos do Itaú que estão em debate, para
resolvermos”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE Itaú.
A principal preocupação da comissão é o fechamento de agências e
as consequentes demissões que afetaram os funcionários do banco. A comissão
enfatizou a importância de preservar os postos de trabalho e garantir a
estabilidade dos profissionais.
Os representantes dos trabalhadores reivindicaram um pedido de uma listagem de
demissões. “Os escritórios de advogados externos sabem muito antes quem vai ser
demitido”, denunciou Maria Izabel Menezes, da COE Itaú.
Os trabalhadores também cobram a revisão das metas de agências, pois muitas
vezes o aplicativo dá descontos melhores do que os disponíveis no atendimento
presencial.
Outra reclamação apresentada foi sobre a desconexão do IUconecta dos
trabalhadores afastados, o que impede o envio dos documentos que precisam ser
apresentados nessa fase. O alto número de advertências aplicadas aos
trabalhadores e o uso do celular próprio do bancário no trabalho para bater
suas metas.
Nos assuntos relacionados à saúde, os representantes dos
trabalhadores cobraram o prosseguimento das negociações das cláusulas 61 e 87,
da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A primeira trata da prevenção de
conflitos e assédio moral no local de trabalho e dos canais de denúncia. Já
segunda, aborda as formas de acompanhamento das metas por parte dos bancos.
Para Luciana Duarte, é muito importante começar o ano retomando a pauta de
saúde e condições de trabalho. “A pauta entregue ao banco, visa criar um
programa de prevenção através do debate sobre cobrança abusiva de metas como
fator de adoecimento, o canal de denúncias de assédio que precisa ser confiável
e objetivo (cláusula 61), além do programa de retorno e programa de saúde
ocupacional do banco”.
Os trabalhadores cobraram ainda um melhor fluxo de atendimento para o
afastamento das pessoas. “Existem muitas reclamações de distorções e atrasos de
pagamentos, pelo funcionário não saber os procedimentos corretos de
apresentação dos documentos necessários”, explicou Luciana. A direção do Itaú
se comprometeu a melhorar a comunicação, por meio da produção de uma cartilha,
para informar os trabalhadores sobre o fluxo do encaminhamento de documentos
necessários para o afastamento via INSS.
Outra reclamação apresentada foi sobre as clínicas médicas do Programa de
Controle Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO) do Itaú. “Há vários casos de
pessoas com muitos problemas de saúde que as impossibilitam de trabalhar e que,
no ASO (Atestado de Saúde Ocupacional), aparecem como aptas a trabalhar.
Recebemos também casos de denúncias de médicos atendentes que deixam o
trabalhador na sala para consultar o médico coordenador, para saber como
proceder. Precisamos que o banco apure as reclamações que chegam aos
sindicatos”, completou.
A COE ainda cobrou uma discussão periódica para avançar nessas
questões sobre diversidade. “Nós já começamos algumas vezes o debate a respeito
deste tema, mas ele sempre foi tratado com muita transversalidade. Nós queremos
um debate fixo, para avançarmos efetivamente em todos os temas”.
O banco Itaú apresentou uma proposta de atualização da Comissão de
Conciliação Voluntária (CCV), criada em 2002. A CCV é um fórum tripartite que
reúne funcionários, representantes do Sindicato e do banco para discutir e
tentar resolver pendências trabalhistas antes de recorrer à Justiça.
A próxima reunião ficou agendada para o dia 28 de fevereiro. O Grupo de
Trabalho (GT) de saúde se reúne no dia 15 de março.