CCT DA CATEGORIA E ACTS DO BANCO DO BRASIL E DA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
A nova CCT, que foi aprovada na noite de quinta-feira (01/09) em
assembleias realizadas por sindicatos da categoria de todo o país, terá
vigência até 31 de agosto de 2024. Para 2022, traz reajuste de 8% nos salários,
aumento de 10% nos vales alimentação (VA) e refeição (VR), além de um adicional
de R$ 1.000,00 em vale alimentação, a ser creditado até outubro de 2022. A
proposta também prevê reajuste de 13% para o teto da parcela adicional da
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) neste ano e, para 2023, aumento real
de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.
“Poucas mesas têm uma representação e unidade tão grande quanto essa, que nos
permite debater e avançar em reivindicações que atendem os anseios da
categoria”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários,
Juvandia Moreira.
Para Juvandia, merecem ser destacados na nova Convenção os avanços com as
cláusulas sobre teletrabalho e também sobre assédio sexual e assédio moral.
“Esta mesa de negociações é importante para a categoria, mas também para a
sociedade, pois avança em temas que são relevantes para o conjunto dos
trabalhadores e para todo o país”, disse.
A presidenta da Contraf-CUT também considera que foi importante avançar nos
reajustes dos vales alimentação e refeição e da PLR. “Certamente o reajuste dos
salários também poderia ser melhor, já que os lucros e a rentabilidade dos
bancos crescem muito acima da inflação, mas precisamos analisar o resultado da
campanha levando em conta a conjuntura de ataques aos direitos dos
trabalhadores, com os bancos irredutíveis. Os privados apoiados por um governo
que beneficia apenas a classe empresarial e os públicos seguindo as orientações
deste mesmo governo, que quer tirar nossos direitos a qualquer custo”, disse.
Os novos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) dos funcionários do
Banco do Brasil, do Banco do Nordeste do Brasil e dos empregados da Caixa
Econômica Federal dos empregados da Caixa também foram aprovados na
quinta-feira (1), em assembleias realizadas em todo país.
O ACT dos empregados da Caixa prevê a manutenção de todos os
direitos e traz avanços importantes, como o acordo de teletrabalho e a criação
do grupo para discutir as condições de trabalho.
“Não tínhamos o acordo de teletrabalho e os empregados estavam
vulneráveis. Também conquistamos a ajuda de custo e o controle de jornada para
os trabalhadores que estão em teletrabalho, para os empregados não tenham que
arcar com os custos e nem tenham que ficar à disposição da Caixa 24 horas por
dia”, disse o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa,
Clotário Cardoso. “Outro ponto importante foi o grupo de trabalho sobre
condições de trabalho. As condições de trabalho na Caixa estão muito ruins para
os trabalhadores, com imposição de metas inatingíveis, assédio moral e sexual”,
completou.
Além de manter direitos, o novo ACT dos funcionários do Banco do
Brasil também obteve avanços importantes para os trabalhadores, o principal deles é a revisão da tabela PIP,
da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), que
impactará em mais recursos à aposentadoria dos trabalhadores do BB.
“No ACT do Banco do Brasil, trouxemos um avanço muito importante
que era cobrado desde 1998 nos congressos de funcionários, que é a
possibilidade de alteração da tabela PIP. É um incremento na reserva matemática
individual, pensando no benefício futuro”, explicou o coordenador da Comissão
de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Também conseguimos
manter direitos. O Banco queria reduzir o ciclo avaliatório da GDP (Programa de
Gestão de Desempenho de Pessoas) para um único semestre e nós não aceitamos.
Mas, é importante que o bancário do BB entenda que só conseguimos avançar e
evitar esta redução devido a unidade da categoria, que negocia em mesa única,
que reúne bancos privados e públicos. Quando o BB se recusou a negociar, o
Comando Nacional dos Bancários disse que somente haveria acordo se o Banco do
Brasil desistisse de retirar direitos dos trabalhadores. E foi isso que fez o
banco recuar e nos ajudou a superar o desafio da GDP”, completou.