No acumulado de 2021, de janeiro até setembro, os bancos registraram saldo positivo de 2.751 postos de trabalho, resultado que foi impactado principalmente por contratações da Caixa, decorrentes de decisão judicial favorável a contratação dos trabalhadores aprovados no concurso de 2014, em ação impetrada por meio da Contraf-CUT, e pela ampliação de postos de trabalho não ligados diretamente aos serviços bancários, como o de profissionais de TI.
Por outro lado, no acumulado de 12 meses, entre setembro de 2020 e
setembro deste ano, os bancos eliminaram 6.763 postos de trabalho.
Das 44.003 demissões registradas no período, 45,7% foram sem justa
causa. Somente no período da pandemia, de março do ano passado até
setembro de 2021, 55 mil bancários foram desligados.
“Apesar do saldo positivo de postos de trabalho em setembro e também no acumulado de 2021, quando analisamos o acumulado dos últimos 12 meses percebemos que o setor extinguiu 6.763 empregos, isso em plena pandemia. O lucro do setor, que apenas no primeiro semestre chegou a R$ 67 bilhões, mostra claramente que os bancos podem e devem, como concessões públicas que são, contratar mais. Mais contratações significam redução da sobrecarga de trabalho, do adoecimento, melhores condições de trabalho, e geração de mais empregos para um país que atravessa talvez a mais grave crise econômica e social da sua história”.
“É o momento do setor que mais lucra no Brasil exercer de fato a
responsabilidade social, tão enfatizada na sua publicidade, e oferecer a
devida contrapartida para a sociedade brasileira na forma de geração de
empregos”.
O Caged também evidencia que o setor bancário continua a ganhar com a rotatividade dos trabalhadores, já que o salário mensal médio dos admitidos corresponde a 92,9% da remuneração média dos bancários desligados. Em setembro, o salário médio do admitido foi de R$ 5.049, enquanto os desligados recebiam em média R$ 5.437,02.
No setor financeiro, ramo que inclui, além dos bancos, cooperativas
de crédito, financeiras, planos de saúde, seguros etc., o saldo de
empregos foi bem superior ao dos bancos. Excluindo-se os bancos, o
superávit do setor financeiro foi de 4.824 postos de trabalho em
setembro. Já no acumulado de 12 meses, enquanto os bancos
extinguiram 6.763 empregos, o restante setor financeiro abriu 51,7 mil
postos de trabalho.