O banco Santander comunicou clientes que, a partir de segunda-feira
(4), suas “lojas” voltarão a atender o público até às 16h. Os gestores
foram orientados a, nesta quinta-feira (30), afixar cartazes informando a
alteração do horário, que volta a ser o mesmo de antes da pandemia: das
9h às 10h para atendimento exclusivo para o público prioritário e das
10h às 16h para o público em geral.
“Lamentamos que, mais uma
vez, o banco tome uma medida que tem consequências diretas no dia a dia
de trabalho sem negociar com a representação dos trabalhadores, em
desrespeito ao que determina o acordo coletivo que o banco tem firmado
com o movimento sindical”, criticou o coordenador interino da Comissão
de Organização dos Empregados (COE) do Santander e secretário de
Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia.
O dirigente da
Contraf-CUT se refere ao Comitê de Relações Trabalhistas, previsto na
cláusula 35 do Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre o banco e seus
funcionários, que em seu parágrafo primeiro define que as demandas do
Santander e dos empregados, que não tratem de questões econômicas e de
interesse local dos sindicatos, deverão ser encaminhadas através do
Comitê”.
Pioneiro
A volta da abertura das agências até às 16h era uma pauta que estava
sendo debatida entre os bancos que fazem parte da Federação Brasileira
de Bancos (Febraban), mas não houve consenso e o encaminhamento foi de
que a medida seria tomada de forma individual.
“O Santander, como
sempre, é o pioneiro entre os bancos nestas questões que podem causar
algum dano aos trabalhadores. O banco não tem medo de mostrar que não se
importa com o que possa acontecer com seus funcionários. A única coisa
que importa é o lucro”, lamentou o dirigente da Contraf-CUT.
Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) avaliou as condições de teletrabalho da categoria
após mais de um ano de duração dessa modalidade neste período de
pandemia de Covid-19. Mais de 13 mil bancárias e bancários responderam
ao questionário e feitos vários recortes na pesquisa, que aponta maior
incidência de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que
permaneceram no trabalho presencial do que entre aqueles que passaram a
modalidade em home office (23%). Chamou a atenção o fato de que o banco
que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve
registros de contaminação.