“A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 não é uma reforma
administrativa, mas uma reforma do Estado brasileiro. Querem destruir o
Estado social de 1988, precarizar serviços públicos e abrir caminho para
a iniciativa privada”, esta é a opinião da deputada federal Erika Kokay
(PT/DF).
Em entrevista concedida à Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a deputada disse ainda
que, para os empregados públicos, especialmente, e também da Caixa
Econômica Federal e do Banco do Brasil, a PEC vai representar a retirada
de direitos, o enfraquecimento do Estado e a privatização dos serviços.
“A proposta tem o objetivo nefasto de esvaziar os acordos coletivos e
facilitar demissões. Estamos falando da Constitucionalização do
aparelhamento político das instituições, do compadrio, da legalização da
rachadinha. Trabalhadores e trabalhadoras de estatais ficarão
totalmente à mercê dos governos de plantão”, observou.
Erika
alertou para a necessidade de chamarmos a atenção da classe trabalhadora
para a gravidade do que está sendo gestado por Bolsonaro e sua base de
apoio. “O governo quer retirar qualquer possibilidade de acordo de
convenção que assegure estabilidades parciais ou provisórias para as
empregadas e empregados públicos. Estamos diante de uma profunda
discriminação. Se há uma convenção nacional que atinge empregados
públicos e empregados da iniciativa privada, se essa convenção nacional
assegurar qualquer tipo de estabilidade provisória, parcial, ela será
negada aos empregados e empregadas da iniciativa pública, das empresas
públicas. Esse é o governo que dizia que era preciso priorizar o
negociado sobre o legislado. São hipócritas!”, afirmou.
Destruição do Estado
Para o secretário de Relações do Trabalho e responsável da
Contraf-CUT pelo acompanhamento no Congresso Nacional das questões que
tenham relações com a classe trabalhadora, Jeferson Meira, o Jefão, o
governo Bolsonaro e sua base de apoio estão gradativamente destruindo o
Estado brasileiro.
“Há uma série de projetos tramitando ao mesmo
tempo no Congresso Nacional com apoio não apenas de deputados e
senadores, mas de segmentos sociais que dizem não apoiar Bolsonaro, e,
no entanto, compartilham e defendem sua agenda de privatizações e
ataques aos serviços e servidores públicos. A oposição, juntamente com
movimento sindical, tenta, com muita garra, barrar a PEC 32 e diversas
outras investidas desse governo, de partidos e destes segmentos que lhe
dão apoio velado por não terem compromisso nenhum com a Classe
Trabalhadora”, observou o dirigente da Contraf-CUT. “É por isso que nós,
trabalhadores, temos que estar bem atentos ao nosso voto no ano que vem
para elegermos não apenas o presidente e governadores comprometidos
conosco, mas também parlamentares em todas as instâncias que defendam
nossos direitos e apoiem nossas lutas”, concluiu.