A apreciação das sete emendas de parlamentares de diferentes partidos
que incluem os bancários entre as categorias prioritárias no Programa
Nacional de Imunização (PNI) depende da votação do texto principal da MP
1039/21, que recriou o auxílio emergencial e completou 30 dias de
edição no último domingo (18).
Na semana passada, após
divergências na Câmara dos Deputados, a votação do PL foi adiada. O
texto original do projeto, de autoria do deputado Vicentinho Júnior
(PL-TO) e outros, inclui nos grupos prioritários os caminhoneiros
autônomos e profissionais do transporte de cargas e mercadorias. Já o
texto-base da relatora também prioriza os trabalhadores de transporte
coletivo rodoviário e metroviário de passageiros; as pessoas com doenças
crônicas e que tiveram embolia pulmonar; e os agentes de segurança
pública e privada, desde que estejam comprovadamente em atividade
externa.
Além das emendas à MP do auxílio emergencial, destaques
ao PL 1011/20 buscam também incluir os bancários da Caixa na lista
prioritária de vacinação contra a Covid-19. Os parlamentares defendem
que os empregados da Caixa Econômica Federal sejam priorizados nas ações
de imunização, considerando a probabilidade de aumento de fluxo e risco
de contágio nas agências e o agravamento da pandemia no país. Este ano,
a previsão é que o auxílio seja pago a 46 milhões de beneficiários.
O
líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Elvino Bohn Gass (RS),
exigiu em plenário a votação imediata da medida provisória. Editada pelo
presidente Jair Bolsonaro em 18 de março, a MP poderia ter sido votada
em 16 dias, uma vez que não passaria pela apreciação das comissões
especiais nas duas Casas legislativas, por conta do rito adotado pelo
Congresso Nacional para apreciação de medidas provisórias durante a
pandemia. Segundo o líder de oposição, a Bancada do PT já tem projeto
global – e emendas de vários deputados ao texto – visando garantir o
pagamento mínimo de R$ 600 de auxílio até o fim da pandemia e a
imunização total da população.
A Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) reivindica que todos os
bancários também estejam nesta lista, já que a atividade bancária é
considerada essencial nos termos do Decreto n° 10.282 de 20 de março de
2020, alterado pelo Decreto n° 10.329 de 28 de abril de 2020, que
regulamenta a Lei n° 13.979 de 6 de fevereiro de 2020 e tem por
finalidade atender às demandas de todos os clientes, usuários dos
serviços e de toda a sociedade, inclusive dos beneficiários das
políticas públicas vigentes, como o auxílio emergencial.
“Lutamos
por vacina para todos e que tenha um plano nacional de vacinação
transparente e com critérios técnicos. Neste sentido, lutamos para que
nossa categoria entre na lista de prioridades devido à característica de
nossa atividade econômica que tem grande potencial de
transmissibilidade do vírus. Infelizmente, o Governo Federal joga contra
o combate ao vírus. Por isso estamos buscando garantir de diversos
meios a proteção dos bancários”, afirmou Mauro Salles, secretário de
Saúde da Contraf-CUT.
“Desde o início lutamos por um plano
nacional de enfrentamento à pandemia do Covid-19, incluindo um plano de
vacinação para todos e todas. Mas, infelizmente, o governo federal
desprezou e negou a gravidade da letalidade do coronavírus. Além das
negociações para atenuar a exposição da categoria bancária ao vírus,
estamos fazendo um trabalho no Congresso Nacional para que, através de
projetos, requerimentos e emendas parlamentares, a vacinação das
bancárias e dos bancários seja também prioridade por ser o trabalho
bancário uma atividade de alto risco de infecção assim como várias
outras categorias”, completou Jeferson Meira, o Jefão, secretário de
Relações do Trabalho da Contraf-CUT.
Confira abaixo as emendas apresentadas pelos parlamentares:
- Emenda 25, deputado Luiz Carlos Motta (PL/SP) – Inclusão dos bancários entre os grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19.
- Emenda 24, deputado Pedro Uczai (PT/SC) – Inclusão dos bancários entre os grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19.
- Emenda 25, deputado Luiz Carlos Motta (PL/SP) -Inclusão dos bancários da Caixa Econômica Federal que estão prestando atendimento presencial durante o calendário de pagamento do auxílio emergencial no grupo prioritário para vacinação.
- Emenda 36 – deputado Tadeu Alencar (PSB/PE) – Considera-se grupo prioritário para o recebimento da vacina contra o Covid-19 os funcionários da Caixa Econômica Federal que realizem atendimento presencial para pagamento do Auxílio Emergencial.
- Emenda 67 – deputado Orlando Silva (PCdoB/SP) – Os bancários da Caixa Econômica Federal, que estão na linha de frente no atendimento dos serviços essenciais à população, deverão ser incluídos no grupo prioritário para vacinação.
- Emenda 93 – deputado Christino Áureo (PP/RJ) – Fica incluída a categoria dos bancários entre os grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19.
- Emenda 150 – deputado Pompeo de Matotos (PDT/RS) – Fica incluída a categoria dos bancários entre os grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19.