A Federação dos Empregados em Estabelecimentos
Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP MS) participou
na última segunda-feira, 20, de mais uma videoconferência com a coordenação do
Comando Nacional dos Bancários. Desta vez, a reunião foi com a Comissão de
Organização dos Empregados (COE) do Itaú e objetivou analisar as propostas de
férias e banco de horas que o banco pretende implementar para os funcionários
que estão afastados do local de trabalho sem realizar o home office, entre eles,
funcionários incluídos no grupo de risco.
O banco informou que atualmente existem 45 mil
funcionários em home office e outros sete mil afastados sem atividade de home
Office, o que representa 45% dos 81.691 empregados da holding, segundo dados do
balanço social do banco de 2019. Além desses, outros 20 mil trabalham em
esquema de rodízio.
“Mais uma vez estivemos presentes para reforçar as medidas de
apoio e proteção ao bancário, sobretudo neste período crítico em que o País
passa. Continuamos atentos à cada decisão, a prioridade é a segurança, a saúde
e a defesa do trabalhador”, explica Reginaldo Breda, secretário geral da Feeb.
Férias
Em reunião, o banco informou que vai implementar o artigo 6º
da Medida Provisória 927/2020, que permite comunicar ao funcionário o início
das férias com antecedência de apenas 48 horas. De acordo com o Itaú, não serão
implementados os artigos 8º e 9º da MP, que, durante o período de calamidade
pública, autoriza a pagar o adicional de um terço de férias juntamente com o 13º
salário e a pagar a remuneração das férias até o quinto dia útil do mês
subsequente ao início do gozo das férias.
O Santander, o Banco do Brasil e o Bradesco já fizeram
anúncios semelhantes, mas nenhum deles negociou previamente com a representação
dos trabalhadores.
Banco de horas
Durante a reunião também foi anunciado que o Banco vai
implementar o banco de horas para as pessoas que estejam afastadas sem realizar
atividades de trabalho em suas casas.
Outra premissa apresentada pelos trabalhadores ao banco é que
seja reduzido o prazo máximo de compensação de 18 meses, apresentado pelo Itaú.
A representação dos trabalhadores também cobrou novamente que
o Itaú inclua as lactantes e mães com filhos até dois anos no grupo de risco.
Em relação à função de caixa, que tem dificuldade maior para
trabalhar em home office, o Itaú afirmou que o projeto é que eles possam, caso
queiram, trabalhar em home office realizando atendimento de call center. Hoje,
já são aproximadamente 700 caixas atuando no call center em home office e o
número pode chegar a 5 mil bancários nessa condição.
Problemas de gestão
Os trabalhadores também cobraram que as decisões negociadas
em mesa de negociações, seja na mesa específica do Itaú, seja na mesa conjunta
com a Federação Nacional dos Bancos, sejam comunicadas aos gestores como
determinação a ser cumprida.
Entre as medidas não respeitadas pelos gestores, segundo o
coordenador da COE estão a cobrança excessiva de metas, reuniões fora de
horário de trabalho e até aos sábados.
Segundo o Itaú, a orientação é para que não sejam cobradas
metas durante a pandemia e os gestores que estiverem agindo desta forma serão
punidos. O banco também assumiu que há falhas na comunicação em relação ao tema.
“Temos defendido veemente em todas as discussões, que as
metas não sejam cobradas neste período. Continuamos atentos em defesa do
trabalhado e prontos para ouvir cada caso e levar para discussão junto ao
Comitê de Crise, se necessário”, reforça o presidente da Feeb, Jeferson Boava.
Outras demandas
Referente ao complemento da remuneração para quem está
afastado para tratamento de saúde, os trabalhadores disseram que existem
denúncias de que o banco não esteja pagando a complementação. O banco solicitou
que sejam levantados os casos que isso ocorreu e apresentados para sejam feitas
as correções.
Os trabalhadores também cobraram que o Itaú disponibilize
testes para todos os bancários, principalmente para aqueles que estão voltando
do rodízio.