O compromisso foi assumido durante videoconferência
entre o Comado dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
“Muitos bancários que estão trabalhando em casa têm procurado os sindicatos
apreensivos. Buscam saber se a quarentena será mantida, se terão que voltar ao
trabalho em suas agências e departamentos, enfim, estão com medo de ficarem
expostos ao vírus e serem contagiado".
A apreensão se deve à ameaça feita pelo presidente da República, Jair
Bolsonaro, de que editaria um decreto obrigando o retorno ao trabalho e também
porque os bancários sabem que se inicia nesta semana um momento crítico do mês,
quando aumenta a demanda pelo atendimento nas agências devido ao pagamento do
benefício da Previdência, e que, muitos aposentados precisam do atendimento
presencial para retirarem seus cartões, uma vez que será o primeiro pagamento
que irão receber.
Mais do que nunca, é importante que os bancos implantem um sistema eficiente de
controle de aceso às agências e o atendimento presencial exclusivo para
clientes agendados. “É preciso ter um comunicado geral informando que serão
atendidos presencialmente apenas serviços essenciais e casos de extrema
necessidade que tiverem sido previamente agendados. Isso dá mais segurança não
apenas para o bancário, mas também para o cliente, que não precisará ficar em
filas na parte externa das agências”.
A representação da categoria também cobrou respostas
sobre as demais
reivindicações de enfrentamento à pandemia causada pelo novo
coronavírus, que vem sendo apresentadas pelo movimento sindical aos bancos
desde o dia 12 de março, quando o Comando enviou um ofício à Fenaban com os
pedidos iniciais e a solicitação de uma reunião para discutir o assunto.
Durante a reunião, a Febraban informou ainda que cerca de 2.200 agências foram
fechadas em todo o Brasil, como medida para evitar a propagação do vírus.
Também foram fechados postos de atendimento bancários em aeroportos e hospitais
e que voltará a negociar o fechamento daqueles que ainda não foram fechados por
solicitação de outras categorias.
A pedido do Comando dos Bancários, o Banco Central
reduziu o horário de atendimento ao público pelos bancos. O
objetivo é reduzir o tempo de exposição ao vírus e evitar os horários de maior
movimento nos meios de transporte.
Também a pedido do Comando, os bancos realizam uma campanha na mídia para
orientar os clientes sobre o uso dos meios digitais; caixas eletrônicos, assim
como sobre os riscos da contaminação pelo coronavírus.
Os bancos disponibilizam álcool gel para os bancários que continuam trabalhando
para manter as atividades essenciais do serviço financeiro e atender os casos
de extrema necessidade.
“Algumas medidas negociadas foram implementadas, porém ainda precisam ser
cumpridas com mais eficiência. Não pode, por exemplo, faltar álcool gel nas
agências. Sem isso, o bancário não pode trabalhar para não ficar sujeito ao
contágio”.
“Também existem pessoas com suspeita de contágio, mas gestores não querem
afastá-las; descumprindo aquilo que negociamos. Portanto é preciso que todas as
unidades sigam as determinações”. O Comando também cobrou procedimentos para
que os clientes mantenham a distância um do outro nas filas, pois isto não está
sendo realizado em muitos locais.
“Os bancários continuam trabalhando no autoatendimento. Isso os coloca
diretamente em risco e vai contra aquilo que trabalhamos desde o primeiro dia”.
Na semana passada, dois dos três maiores bancos
privados do país comunicaram que não demitirão
funcionários enquanto durar a pandemia.
Ressaltamos a importância da manutenção dos empregos, não somente para a
categoria, mas para toda a sociedade, mas cobrou o compromisso também dos
demais bancos privados, a exemplo do Bradesco que ainda não falou nada.
Outra reivindicação da categoria foi a suspensão da cobrança pelo cumprimento
metas. Os bancos disseram que priorizaram o debate sobre questões que envolvem
a saúde dos trabalhadores e clientes e o assunto não foi discutido ainda. Mas,
que foi orientado para que os bancos ajam com razoabilidade.
Alertada que tem até poucos dias tinha banco cobrando até prospecção de
clientes, a Fenaban disse que voltará a pedir razoabilidade aos bancos e que
isso não vai mais acontecer.
Cobramos ainda que os bancos não cumpram as medidas previstas nas Medidas
Provisórias 927 e 928/2020, do Governo
Federal, que autorizam as empresas a negociarem diretamente com os
trabalhadores, sem a intermediação dos sindicatos.
“Valorizamos muito nossa mesa de negociações, que é um exemplo de como é
importante patrões e trabalhadores decidirem juntos sobre questões que envolvem
a classe trabalhadora. É por isso que questionamos a medida provisória do
governo e vamos usar todos os recursos para que ela não seja implementada”.