Depois de mais de 11 horas de reunião com a
Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, nesta quarta-feira (12), a
direção do banco não respondeu às perguntas dos empregados e não aceitou parar
a reestruturação, colocando os trabalhadores em risco. Sem negociar, a direção
do banco encerrou a reunião.
Durante a quarta-feira, a CEE/Caixa conseguiu suspender todo o processo de
reestruturação, por meio de uma liminar e – por pressão da
Comissão – o portal UmasóCaixa foi retirado do ar pelo banco. A plataforma era
responsável por receber as manifestações de interesse dos empregados que
optaram pela mudança de função e lotação do plano de reestruturação, sendo
usada pela Caixa para validar a função dos empregados.
“Recebemos muitas denúncias de problemas no sistema, para manifestações de
interesse. O mínimo que a Caixa deveria fazer era suspender o processo para
melhorar o sistema. Além disso, o número de perguntas superou 4 mil em poucos
dias de consulta. Isso quer dizer que os empregados não tinham entendimento
sobre o processo. Então, a suspensão é necessária para que as pessoas tenham
mais segurança para tomar a decisão” reforçou o coordenador do CEE/Caixa,
Dionísio Reis
A proposta da Caixa é revalidar a função dos empregados, colocando sob ameaça
os trabalhadores, tanto do descomissionamento sumário quanto da transferência
arbitrária. O banco insiste em manter o processo de forma intransigente, mesmo
com a plataforma com mau funcionamento e sem tempo hábil para os empregados
fazerem as escolhas.
A remodelagem proposta pela Caixa retira do banco seu caráter social, além de
ampliar o modelo de mercado da instituição, visando áreas que estão prestes a
serem vendidas como a Caixa Seguridade e a Caixa Cartões.
Na reunião, a direção da Caixa apresentou informações superficiais sobre o
plano de reestruturação, como o número de funções criadas e as lotações.
Insistindo que cerca de cinco mil novas funções serão criadas, além das que já
existem, sem mostrar onde. A Caixa justificou que a reestruturação cria mais
estruturas de atendimento, sendo necessária para garantir a sobrevivência da
empresa.
“Sabemos que a reestruturação é um golpe com relação a própria empresa, mudando
o carácter social da instituição, focando no mercado e nos negócios. Então,
estamos pedindo transparência nos dados e estudos para que a gente possa fazer
uma avaliação e dentro desta perspectiva orientar melhor os empregados”.