"Tudo isso só foi possível por conta da unidade da categoria.
Fizemos toda uma mobilização, e os trabalhadores atenderam ao chamado de
imediato. Episódios como estes ressaltam a importância do Sindicato. A
organização dos trabalhadores que está sob constante ataque deste governo
justamente por conta de nossa capacidade de barrar retrocessos".
"Apesar de a categoria bancária estar conseguindo barrar os efeitos desta
MP, a nossa luta continua até sua derrubada, pois há outros pontos, como a
taxação do seguro-desemprego, que podem porventura afetar a vida dos trabalhadores
bancários".
O Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban) negociaram por quase 10 horas nesta terça-feira 26 sobre a
proposta que neutraliza os efeitos da MP 905.
O Comando garantiu a manutenção da jornada de segunda a sexta-feira, que não
haverá aumento de jornada e que a PLR continuará sendo negociada com os
sindicatos.
O trabalho aos sábados
somente será permitido se houver negociação com o movimento sindical, como é
hoje.
O Comando apresentou uma
proposta de aditivo à CCT que garante os direitos, a jornada e impede a redução
salarial da categoria. Os bancos propuseram a manutenção do que diz a MP,
contrariando o que está na convenção da categoria. O Comando, por sua vez,
deixou claro que não poderia fazer um acordo deste, pois seria reabrir as
negociações de termos já negociados e definidos em Acordo.
“A Fenaban insistia em
alterações que reduziam direitos e alteravam o que tínhamos definido em nossa
CCT. Aceitar estas alterações seria o mesmo que aceitar a implantação da MP.
Isso não seria possível”, ressaltou a presidenta do Sindicato dos Bancários de
São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando
Nacional.
A negociação se prolongou
durante todo o dia e houve várias pausas para que as partes discutissem entre
si as propostas e contrapropostas que eram apresentadas.
“Aceitar as mudanças seria
desconsiderar o valor de nossa mesa de negociações. Negociamos uma Convenção
Coletiva e os bancos vão no governo e pedem uma medida provisória? Deve haver
respeito à mesa de negociação por ambos os lados”, disse Juvandia Moreira,
presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando. “O que queremos é
manter o que firmamos em nosso acordo de dois anos”, completou.
Suspensão dos efeitos da MP
Ao final do dia, as
negociações sobre o texto do aditivo avançaram bastante, garantindo a jornada,
a negociação da PLR apenas pelos sindicatos, mas dado o avanço da hora as
negociações continuarão nos próximos dias, restando alguns detalhes sobre a
vigência. Até que o aditivo seja assinado, os efeitos da MP continuam suspensos.