Sindicato cobra esclarecimentos e o correto pagamento de direitos dos
trabalhadores envolvidos.
Os grandes bancos brasileiros anunciaram que, entre 2 e 6 de dezembro,
parte das agências terão o horário estendido até às 20h para renegociações de
dívidas e educação financeira. A ação faz parte de um acordo firmado entre
Banco Central e Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Aderiram
à iniciativa, que envolverá 261 agências em todo o país, Banco do Brasil,
Banrisul, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander. A lista das agências será
divulgada na segunda 25.
“Uma operação como essa envolve
diversos fatores como estrutura, condições de trabalho, segurança e,
principalmente, o correto pagamento de direitos dos bancários envolvidos. É
preciso que cada um destes pontos seja objeto de esclarecimento e negociação
com as entidades representativas dos bancários”.
“Lembramos que os ataques à categoria bancária presentes na MP 905, assinada por Bolsonaro
em 11 de novembro – como o aumento da jornada para 8 horas e a permissão para
trabalho aos sábados, domingos e feriados - são temas de negociação. Cobramos
que os bancos respeitem o processo negocial, construído ao longo de décadas, e
não se aproveitem dessa MP para não pagar as devidas horas-extras aos bancários
envolvidos nessa operação de renegociação de dívidas. Temos uma Convenção
Coletiva de Trabalho em plena validade, assinada pelos bancos, que deve ser
respeitada”.
“É fácil falar em educação
financeira colocando toda a responsabilidade nas costas dos clientes. Difícil é
explicar que, somente este ano, apenas quatro bancos [Itaú, Santander, Bradesco
e BB], já cobraram R$ 24,2 bilhões em tarifas dos clientes, crescimento de 7,1%
em relação ao ano passado, enquanto a inflação [INPC] variou 2,89% no mesmo
período. Difícil é explicar que os juros no cheque especial ultrapassam os 300%
ao ano. Mais difícil ainda é explicar que o spread bancário no Brasil siga como
um dos maiores do mundo. Também seria importante que os bancos apresentassem
seus motivos para fecharem diversas agências nas periferias e municípios
menores, onde a população mais precisa”.
“Se
a intenção realmente é melhorar a educação financeira do brasileiro, deveríamos
começar pelos bancos brasileiros, que poderiam dar o exemplo exercendo a
responsabilidade social que deveriam ter enquanto concessões públicas que são”.