“A injustiça dessa gestão
da direção do Santander ultrapassa qualquer limite do absurdo. Não tem
cabimento que um banco com lucro de R$ 10,8 bilhões até setembro, resultado
20,4% maior em relação ao mesmo período do ano passado, demita sem qualquer
justificativa trabalhadores de forma recorrente, em agências e departamentos,
alegando apenas que são cortes. São pais e mães que dificilmente conseguirão
ter um final de ano feliz com suas famílias. Porém, para o banco são apenas
números. São descartáveis”.
Somente com o que arrecada com tarifas, receita
secundária, o Santander cobre em 199% as suas despesas com pessoal, incluindo a
PLR. O Brasil segue liderando o resultado global do banco, com 29% de todo o
lucro no mundo.
Nem mesmo em um momento delicado como uma
demissão, o Santander demonstra o mínimo respeito para com os trabalhadores. É
o que revela o depoimento de um dos bancários demitidos:
“Meu chefe não conseguiu nem justificar a
demissão. A superintendência saiu de férias e deixou a bomba com um gerente e
um analista, de outra equipe, para me demitir. Fiquei envergonhado por estar
diante de uma pessoa que não era da minha equipe. Não consegui falar nada. Só
perguntei onde assinava. O banco tem falado tanto de respeito, diversidade, de
copinho de água, e lá dentro não existe respeito com o funcionário. A gente é
tratado como número”, indigna-se o bancário demitido.
“Estou em processo de crises de ansiedade, de
depressão. Tive de ouvir que não era para esquecer de entregar o crachá. A
impressão que dava é que eu tinha de sair dali logo para não causar pânico no
departamento”, acrescenta.
O bancário revela ainda que, após ser
demitido junto com outros colegas, ficou sabendo que seu chefe reuniu a
equipe no intuito de encerrar o assunto. “Depois que tudo aconteceu, o meu
chefe chamou a equipe e falou que não queria nem mais um piu sobre o assunto.
Disse que tinham mais era que produzir para garantir o deles. Ou seja, produzir
para não ser o próximo. Algo que acontece em toda a demissão.”
“A gestão
da direção do Santander não diferencia agências e departamentos. A situação é a
mesma em todo o banco”. “Demissões injustificadas, sobrecarga de trabalho
absurda para os bancários que permanecem, metas abusivas e, claro, adoecimento
cada vez maior dos trabalhadores. O Santander inclusive encontrou na falta de
CPA-10 uma justificativa para demissões, mesmo que o trabalhador esteja
performando. Bancários foram demitidos na mesma semana em que obtiveram a
certificação e, mesmo assim, o banco não
teve a iniciativa de rever as demissões”.
Os bancários sindicalizados demitidos devem
procurar o quanto antes o Sindicato.
“O Sindicato, na sua missão de apoiar o trabalhador
bancário, irá verificar o correto pagamento dos direitos destes bancários, o
que ficou ainda mais importante após a reforma trabalhista, que retirou a
obrigatoriedade da realização das homologações nos sindicatos”.