As propostas da MP estarão em linha com o que o presidente diz e repete, o povo precisa decidir se quer emprego ou quer direitos, daí que estes últimos estão ameaçados no pacote do governo.
Instituir
uma carteira de trabalho “verde e amarela”, sem direitos, para concorrer com a
azul criada por Getulio Vargas é uma proposta de campanha de Bolsonaro e seu
ministro da Economia, Paulo Guedes. Nos bastidores, o time do ministro diz a
jornalistas calcular que a MP terá condições de gerar até 4 milhões de
empregos. Cálculo realista? Ou ufanista?
Os últimos números disponíveis sobre o
mercado de trabalho mostram que era um conto de fadas a crença de que a reforma
turbinaria a abertura de vagas. O que de fato cresceu depois da reforma foi o
emprego precário, que paga pouco. Idem a desistência do brasileiro de procurar
vaga, diante da dificuldade de encontrar alguma coisa. Trabalho com carteira
assinada virou miragem.
A
quantidade de gente ocupada cresceu 1,9 milhão desde novembro de 2017, de 91,9
milhões para 93,8 milhões. Mas isso foi graças a emprego ruim, de má qualidade
e salário baixo.
Há dois anos, havia 23 milhões
de pessoas trabalhando por conta própria (ambulante, engraxate, pasteleiro
etc), agora são 24,4 milhões, um recorde. Na informalidade, empregados sem
carteira, havia 11,2 milhões de brasileiros em novembro de 2017 e hoje são 11,8
milhões, também um recorde.