O Itaú
demitiu por justa causa um funcionário do ITM que havia sido eleito em abril
deste ano para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). O trabalhador
sofreu perseguições, chegando a necessitar de tratamento psiquiátrico, e só
soube do seu desligamento por conta de um SMS informando sobre a homologação.
Após ser eleito para a Cipa, o analista de TI foi chamado pelos gestores para
realizar o fechamento contábil de agências.
Como a
tarefa configuraria desvio de função, o que não é permitido pela NR5 para
cipeiros, o bancário questionou a respeito da realização dessa função,
recebendo, por isso, uma advertência. O trabalhador passou a sofrer pressão
para aderir ao PDV. Como decidiu pela não adesão, sofreu nova tentativa de
mudança de função dentro do setor.
Por conta
das práticas abusivas, o funcionário desenvolveu transtornos psiquiátricos e
fez denúncia ao ombudsman do banco. Poucos dias depois, foi chamado para uma
reunião com seu gestor. A reunião foi feita com a inspetoria do banco, que o
questionou sobre a assinatura de um documento o qual ele garantiu não ter
conhecimento.
O bancário
passou mal, foi levado até o ambulatório e suspenso no dia seguinte. Seus
problemas psiquiátricos se agravaram, levando-o a um afastamento médico de 30
dias, com encaminhamento ao INSS pelo médico do trabalho do banco. No dia 24 de
setembro, o bancário recebeu um SMS informando o horário do agendamento da
homologação.
Ele, então,
entrou em contato com o Sindicato, que procurou o Itaú, mas recebeu apenas uma
resposta vaga. “O banco informou que a demissão havia sido comunicada por
telegrama, mas o bancário não recebeu essa comunicação. Esse é o novo jeito
Itaú, de demitir sem justificativa clara e por telegrama ou SMS, total falta de
respeito com quem dedicou anos de trabalho ao banco”. O Sindicato de SP irá
prestar todo apoio e atendimento jurídico necessários ao trabalhador.