O trabalho informal cresce de maneira
persistente, quebrando recorde atrás de recorde. Se por um lado isso indica que
há um respiro para quem precisa ganhar a vida, por outro, a lenta retomada do
emprego formal, com carteira assinada, sinaliza que uma recuperação robusta no
mercado de trabalho tende a demorar.
Mantido o ritmo atual de criação de vagas,
a taxa de desemprego deve cair aos níveis pré-crise em 2024, segundo
especialistas ouvidos pela reportagem.
Na percepção deles, o aumento contínuo da
informalidade em velocidade muito superior à criação de vagas formais indica
que ainda há desconfiança dos empresários sobre a retomada econômica, o que
trava investimentos e a consequente geração de empregos.
Conforme os dados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados na sexta-feira (27), a
informalidade bateu recorde no trimestre encerrado em agosto, com 38,8 milhões
de brasileiros nessa condição.
Mas não é apenas a falta de emprego que
indica que o mercado está demorando para reagir. Tanto os trabalhos formais
quanto os informais emitem sinais sobre a dificuldade de retomada.
Vagas informais também costumam oferecer
ganhos menores e sua expansão contribui para reduzir o valor dos ganhos dos
trabalhadores. “As pessoas querem voltar para o mercado de trabalho e deixam de
exigir uma remuneração maior do que poderiam”.
Fonte: Por Folhapress