NR: ALTERAÇÕES NÃO SIMPLIFICARÃO; FLEXIBILIZARÃO GARANTIAS
O governo
anunciou no dia 30 de julho, os primeiros resultados do processo de desmonte
das normas regulamentadoras (NR) de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Mesmo
que o argumento governamental seja o de promover modernização e simplificação
desse conjunto de normas, o caminho escolhido significa, na verdade,
flexibilização que diminui as garantias de segurança e saúde dos trabalhadores.
A pretensão dos
atuais governantes é a de alterar todas as NR atualmente em vigor. As primeiras
a sofrerem mudanças foram a NR 1, que trata das disposições gerais sobre saúde
e segurança, e a NR 12, sobre a segurança no trabalho com máquinas e
equipamentos. Para a NR 2, sobre inspeção prévia, a opção escolhida não foi
alterar, mas revogar.
Reiteramos que
as medidas que vêm sendo adotadas representam um imenso retrocesso social.
Disso podem resultar aumento da morbidade e mortalidade no trabalho e reflexos
negativos diretos sobre os resultados do setor econômico nacional, que terá que
arcar com custos acidentários crescentes.
Especificamente
em relação às NR cujas revisões saíram nessa semana, há inúmeras imprecisões no
que foi defendido pelo governo.
Ao tentar
justificar o desmonte das NR, o governo divulgou estudo da Secretaria de
Política Econômica do Ministério da Economia que apontava que somente a revisão
da NR 12 poderia reduzir até R$ 43,4
bilhões os custos do setor industrial, com aumento entre
0,5% e 1% da produção.
Ora, de acordo
com estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), acidentes e
adoecimentos ocupacionais consomem cerca de 4% do Produto Interno Bruto de cada
país anualmente, o que significa, no Brasil, algo em torno de R$ 272 bi. Custo que será do
empresariado e do Estado em termos monetários. Já os trabalhadores, por muitas
vezes, pagam com suas próprias vidas. É uma conta que nem sequer faz sentido.
